G1
Secretários e coordenadores de escolas da rede pública do Acre se reuniram, na manhã desta sexta-feira (8), para discutir o corte das gratificações dos cargos de confiança. Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, ao menos 160 servidores tiveram suas gratificações cortadas desde o salário de fevereiro de 2016.
O secretário adjunto de educação, José Alberto afirma que uma proposta de aumento nos salários já foi entregue aos trabalhadores e deve ser discutida na reunião desta sexta.
Os secretários e coordenadores afirmaram que tiveram cortes de R$ 400 a R$ 700 com a retirada das gratificações e pensam em entregar cargos de confiança.
Rosana diz que a principal reivindicação é pelo dinheiro que não foi recebido em fevereiro e março deste ano.
“Quando tira dinheiro, o trabalho fica bravo. Eles esperavam receber esse dinheiro no pagamento deste mês, mas, infelizmente não foi resolvido. Estão aqui revoltados para cobrar que hoje resolvam essa situação, que é o dinheiro na conta deles” ,explica.
Secretária da escola Samuel Barreira, desde 2009, Lizandra Alab conta que teve um corte de R$ 700 no salário desde fevereiro. Ela também recebia uma gratificação por cargo de confiança. “Me sinto com um descaso da secretaria e pretendo entregar meu cargo, infelizmente. Já conversei com a gestora da escola e se não voltarmos a receber nossos direitos, vou entregar”, afirma a secretária.
O secretário adjunto de educação, José Alberto Nunes, explica que as gratificações faziam parte de um acordo da gestão anterior. Com a mudança das gestões em janeiro de 2016, surgem novas regras e o acordo de transição seria que as gratificações seriam recebidas até janeiro deste ano.
“A partir de fevereiro de 2016, vem uma nova gestão, e essa regra se aplicaria de uma forma diferente, atualizada. Já temos uma proposta na mesa para apreciação deles. Com o aumento proposto no salário, compensa essa perda que eles tiveram”, afirma o secretário adjunto.
Cortes e cargos de confiança
Raimunda Cunha, de 43 anos, é coordenadora administrativa da Escola Diogo Feijó desde 2009 e conta que com o corte na gratificação, está há dois meses sem receber R$ 400. Além disso, ela afirma que foi pega de surpresa com a redução.
“Eles nem avisaram nada. As pessoas não se preparam, tinha gente devendo coisas”, reclama.
A coordenadora reclama também que no seu cargo, não recebe nenhum benefício que os outros funcionários, como o pessoal do administrativo recebem. “Os outros funcionários de apoio recebem sexta parte, pulada de letra, e a gente perde tudo. A minha auxiliar de secretaria recebe a mesma coisa que eu, então para que a gente vai trabalhar?”, questiona Raimunda.