Recuperação da cirurgia, segundo o médico, ocorre entre 15 dias a 3 meses. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Para realizar a cirurgia pelo SUS é preciso consultar em qualquer Unidade Básica de Saúde para que o médico faça o diagnóstico e encaminhe ao hospital especializado, como a Fundhacre. O agendamento é feito nos centros de saúde e unidades de recursos assistenciais partilhados, onde é feita uma triagem, dando prioridade aos casos mais graves.
A recuperação da cirurgia, segundo o médico, ocorre entre 15 dias a 3 meses. “Os mutirões de cirurgia têm sido de grande importância para a população acreana. Os pacientes podem ser operados nas suas cidades, ficando próximos aos familiares, sendo mais seguro, sem precisar gastar para ir até a capital. Devido ao grande número de cirurgias na fila de espera, quando esses pacientes são operados nas suas cidades por intermédio do Programa Opera Acre, a Fundhacre abre mais vagas para os casos mais graves, dando vazão à fila de espera”, destaca.
Trata-se de um procedimento simples, mas que garante a qualidade de vida deste paciente e a retomada de atividades simples do cotidiano. Anute explica que os casos de hérnia podem se tornar de urgência a qualquer momento e podem causar muita dor, comprometendo o fluxo de sangue para os tecidos e provocando a morte dos tecidos.
“Toda hérnia com dor súbita é uma urgência e o paciente deve ser operado em um período de até 6 horas para que não haja a morte dos tecidos. A dor é o maior sinal de alerta nos casos de hérnia”, orienta.
Os casos de hérnias mais comuns no estado, segundo ele, são inguinal, femoral, umbilical, epigástrica, lombares e de parede traumática. A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou que, com os mutirões, atualmente essa cirurgias são realizadas nos hospitais de Senador Guiomard, Plácido de Castro, Brasileia e Tarauacá.
Jamayla Mendonça, diretora de regulação da Sesacre, explica que há uma programação desses mutirões já elaborada desde o início do ano, e essas cirurgias são realizadas mensalmente nas unidades referenciadas ao programa Opera Acre.
“É possível afirmar que os mutirões alcançaram o maior número de pessoas com esses procedimentos. Com isso, vem a redução da fila de espera, atendimento das demandas reprimidas, além de levar esses serviços da saúde para mais perto da população que, muitas vezes, tem dificuldades de acesso regular”, reforça.
Ela destaca que o governo tem investido em tecnologia e cirurgias menos invasivas, com avanços significativos na rede pública estadual.
“Recentemente o governo do Estado investiu mais de R$ 2 milhões na modernização do parque tecnológico das unidades de saúde. Dentre isso, foram adquiridas cinco torres de videolaparoscopia que estão destinadas às unidades estaduais, com o objetivo de agilizar o atendimento aos pacientes, reduzir o tempo de ocupação de leitos, além de melhorar a assistência prestada aos pacientes usuários do SUS”, conta.
Nascineia Magalhães, moradora de Senador Guiomard, passou pelo procedimento. Foto: Luan Martins/Sesacre
Um dos pacientes atendidos no ano passado, Antônio da Silva, saiu de Acrelândia para passar pelo procedimento. “A equipe sempre foi muito acolhedora, tirando todas as minhas dúvidas. Fiquei muito confiante para realizar a cirurgia”, relatou.
No Hospital Ary Rodrigues, em Senador Guiomard, já neste ano, o mecânico Antônio Ronaldo Lima, de 55 anos, realizou a cirurgia de hérnia inguinal. “Eu fiquei até surpreso com a rapidez com que me chamaram. Eu dei meu nome e em poucos dias já me ligaram. Algumas pessoas me diziam que eu ia esperar por 1 ou 2 anos, mas foi tudo bem rápido mesmo”, afirma o paciente.
Em julho do ano passado, em Senador Guiomard, a paciente Nascineia Magalhães, disse que, no período da pandemia da covid-19, passou por um procedimento cirúrgico de apendicite, e sofria com as dores que a hérnia causava. “Em razão dessa hérnia eu nem conseguia andar direito e hoje me sinto muito grata, alegre, por estar chegando ao fim dessa enfermidade. Eu fiquei muito feliz”, agradeceu.
No primeiro semestre do ano passado, o programa Opera Acre, do governo do Estado, atingiu números inéditos, realizando mais de 7 mil cirurgias eletivas. Esse volume representa um crescimento de mais de 16% em comparação com o mesmo período do ano passado.
“A equipe sempre foi muito acolhedora, tirando todas as minhas dúvidas”, diz o paciente Antônio da Silva, que fez cirurgia de hérnia na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre