Rio Branco tem maior taxa de divórcios do Acre em 2024, aponta IBGE — Foto: Reprodução
Rio Branco tem maior taxa de divórcios do Acre em 2024, aponta IBGE. Foto: Reprodução
Por Jhenyfer de Souza
O município de Acrelândia, que tem pouco mais de 14 mil habitantes, encerrou 2024 com a maior taxa proporcional de divórcios do Acre. Foram 3,3 separações por mil moradores, número à frente de Plácido de Castro, que marcou 2,9, e da capital Rio Branco, que registrou 2,6 divórcios por mil moradores.
O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na quarta-feira (10) com as Estatísticas do Registro Civil de 2024. Os dados são informados pelos cartórios e tabelionatos de todo o país.
A nova edição do levantamento reforça números que já apareciam nos anos anteriores. Em 2023, o Acre registrou 1.481 divórcios, e Rio Branco respondeu por 50% de todas as separações do estado.
Em 2024, municípios como Jordão, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo fecharam o ano sem registros de separações. Porto Walter também aparece entre os menores índices, com 0,1 divórcio por mil habitantes.
Além disso, a taxa por mil habitantes indica a proporção de registros em relação ao tamanho da população. Não representa o número total de divórcios, mas a quantidade aproximada de divórcios para cada mil moradores.
No caso de Acrelândia, a estimativa de população divulgada pelo IBGE em agosto deste ano colocou o município com 14.712 moradores, 691 habitantes a mais do que no Censo 2022, quando aparecia com 14.021 pessoas.
As estatísticas de casamentos seguem outro padrão. Assis Brasil aparece com o maior índice do estado, com registro de 15,7 casamentos por mil habitantes no ano passado.
O número colocou a cidade do Alto Acre no topo do ranking de uniões civis. Logo depois vêm Epitaciolândia, com 8,7, e os municípios de Cruzeiro do Sule Xapuri, ambos com 7,9 casamentos por mil habitantes.
Algumas cidades têm o cenário equilibrado. Feijó, Sena Madureira e Rio Branco registraram taxas entre 5 e 5,5 casamentos por mil habitantes. Os municípios de Rodrigues Alves, Manoel Urbano e Bujari apresentaramíndices moderados, entre 3,4 e 4,3 casamentos por mil moradores.
Ainda segundo o Censo 2022, o Acre registrou 2.998 pessoas vivendo em uniões com parceiros do mesmo sexo, sendo 948 em relações entre homens e 2.050 entre mulheres.
O levantamento também identificou 366 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos vivendo em algum tipo de união no estado, o que representa 0,11% do total brasileiro. Desse grupo, 309 são meninas e 57 são meninos.
Entre jovens de 15 a 19 anos, o número sobe para 10.641. Os dados evidenciam ainda relação entre uniões precoces e baixa escolaridade, a grande maioria das crianças nessa faixa etária não tem instrução ou o ensino fundamental completo.
Ainda de acordo com o IBGE, fatores como dificuldade de acesso a cartórios, custos de cerimônias formais e tradições culturais, especialmente entre populações ribeirinhas e comunidades tradicionais, contribuem para a alta prevalência de uniões consensuais na região.