Tatiane Souza da Silva, a 8ª acusada de participação na morte da adolescente Raquel Melo de Lima, de 13 anos, achada enterrada em uma cova rasa, em janeiro de 2021, foi condenada a 34 anos, 11 meses e 6 dias de prisão em regime inicialmente fechado, além de 110 dias de multa.
A sentença foi decidida pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e assinada pelo juiz Robson Ribeiro Aleixo nessa segunda-feira (16). A mulher foi responsabilizada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa.
A advogada Gisele Vargas disse que esclareceu Tatiana acerca dos fatos e provas contidas nos autos e que orientou pela confissão da participação da acusada no crime.
“Diante disso, a decisão a partir do confronto entre a diminuição de suas chances de absolvição e a expectativa de redução da reprimenda, a Tatiana optou por confessar espontaneamente a sua participação nos delitos, tendo reconhecido pelo magistrado a redução da pena por ser ré primária e pela confissão espontânea”, falou.
Consta no documento que a vítima foi decretada pelo “Tribunal do Crime”, o qual optou pela sua execução, por entenderem que ela estaria repassando informações à facção rival e que buscava justiça pela morte de sua tia/irmã.
“O modo de execução da vítima não foi apenas por disparos de arma de fogo, ela sofreu vários golpes de faca, o que já é considerado um alto grau de brutalidade, demonstrando extrema frieza no modo de execução do delito. O Conselho de Sentença também reconheceu que o crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”, disse.
Na decisão, detalha que a mãe da vítima ainda convive com o trauma, necessitando de amparo psicológico após os acontecimentos traumáticos que aconteceram após os crimes, de acordo com o depoimento prestado por sua filha em juízo.
“Aliado a isso após o homicídio a família da vítima foi expulsa do bairro pelos integrantes da facção, como uma forma de represália por terem comunicado o crime à polícia, e como se não bastasse todo o sofrimento que lhe causaram, ainda queimaram a casa dos familiares da vítima, acarretando na perda de todos os pertences da família de Raquel”, informou.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), e teve como representante o Promotor de Justiça Carlos Pescador. A sessão será presidida pelo Juiz Robson Ribeiro Aleixo e a ré teve a defensora pública Gabriella de Andrade Virgilio designada para sua defesa.