O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira (4) uma operação para investigar um suposto esquema de “fura-fila” no Sistema Único de Saúde (SUS). A ação apura crimes de corrupção, venda de procedimentos cirúrgicos e favorecimento político no Hospital Regional de Araguaína (HRA), localizado no norte do estado.
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços de servidores públicos e outros investigados em Araguaína, com apoio da Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que não houve buscas dentro do hospital e que o órgão ainda não foi notificado oficialmente sobre a operação. A pasta declarou que “não coaduna com quaisquer ações que ferem a legislação”.
De acordo com o MPTO, as investigações começaram em maio de 2022, após uma denúncia anônima. O Gaeco identificou indícios de que o grupo atuava de forma organizada e com divisão de tarefas, buscando vantagens econômicas e políticas indevidas.
As apurações apontam que o esquema seria liderado por um integrante da alta direção do hospital, considerado o mentor intelectual da operação criminosa. O suspeito teria manipulado funcionários, alterado a regulação de procedimentos para atender a interesses políticos e pressionado a gestão hospitalar.
O levantamento também revelou movimentações financeiras incompatíveis com os salários de alguns investigados, sugerindo enriquecimento ilícito. Em um dos casos, o MPTO identificou pagamento via PIX feito a um parente de um dos envolvidos, como contrapartida por um procedimento cirúrgico.