Brasil

MPF debate estratégias para combater influência de organizações criminosas nas eleições

A ideia é possibilitar o compartilhamento de informações para impedir que organizações criminosas financiem candidaturas ou atuem para interferir de forma irregular na vontade do eleitor

Os procuradores de diversos estados demonstraram preocupação com denúncias recebidas e noticiadas pela imprensa sobre a interferência de milícias e do crime organizado nas disputas eleitorais dos municípios. Foto: assessoria 

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, se reuniu com procuradores regionais eleitorais de todo o país, nesta terça-feira (3), para articular um trabalho conjunto com outras áreas do Ministério Público e instituições, no intuito de combater a interferência do crime organizado nas eleições. Gonet defendeu um trabalho coordenado dos procuradores e promotores eleitorais com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos), bem como a Justiça Eleitoral e outros órgãos de fiscalização.

A ideia é possibilitar o compartilhamento de informações para impedir que organizações criminosas financiem candidaturas ou atuem para interferir de forma irregular na vontade do eleitor.“Temos a capacidade de atuar conjuntamente com os outros ramos do Ministério Público e com outras instituições. Estamos dispostos a atuar de forma intensa e colaborativa”, frisou o PGR na reunião realizada de forma virtual.

Os procuradores de diversos estados demonstraram preocupação com denúncias recebidas e noticiadas pela imprensa sobre a interferência de milícias e do crime organizado nas disputas eleitorais dos municípios. Também compartilharam estratégias que vem sendo adotadas para enfrentar o problema nos estados. As medidas foram discutidas nesta quarta-feira (4) em reunião com a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia.

Parceria contra o crime – Na última semana, o MPF passou a integrar o Núcleo Institucional de Garantia dos Direitos Eleitorais (NIGDE) do TSE para as Eleições de 2024. Criado em 30 de agosto, o grupo tem como objetivo prevenir e apurar práticas criminosas durante o processo eleitoral. Cabe ao grupo encaminhar aos juízes e ao Ministério Público os dados necessários para a verificação e adoção de providências investigatórias ou processuais, de forma prioritária, a fim de assegurar a normalidade da disputa eleitoral eleitoral e os direitos dos cidadãos.

O grupo é composto por nove membros. Além do vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, participam representantes do TSE, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério Público dos estados (MPEs), Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), além de especialista em segurança institucional. O NIGDE deve atuar até a realização do 2º turno do pleito, marcado para 28 de outubro deste ano, podendo ainda ser prorrogado em caso de necessidade comprovada.

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