Por Quésia Melo
Divertido, companheiro e amoroso. É assim que a autônoma Juliana dos Santos Machado lembra do marido Mariano Neto, de 35 anos. O homem foi a quinta pessoa a morrer infectada com o novo coronavírus no Acre.
Neto era motorista de aplicativo e morreu no dia 14 de abril com diagnóstico de pneumonia, mas, foi feito o exame para a Covid-19, que saiu um dias depois confirmando a doença.
A mulher conta que ele era cheio de vida e que tinha o sonho de estudar engenharia civil e de ser pai. Mas, por causa da doença, os planos foram interrompidos.
“Nós perdemos duas filhas, uma em 2014 e outra em 2016, e ele ainda tinha esse sonho, assim como eu, de ser pai. Nós estávamos nos planejando para eu engravidar novamente. Então, foi todo um sonho que foi perdido com a ida dele”, lamentou a mulher.
Em janeiro deste ano, o motorista tratou uma pneumonia bacteriana, mas a doença voltou ainda mais forte em março e mesmo com o tratamento ele não resistiu. Até então a família não desconfiava que ele estivesse com Covid-19.
“O pensamento dele era de que ele não estava com o vírus, que era a pneumonia ainda. E ele resistiu para ir ao hospital com medo de chegar lá e pegar o vírus. Então, na terça-feira ele amanheceu muito ruim e pediu para ir ao hospital. Deu entrada no pronto-socorro por volta de 8h30 e quando foi 10h e pouco ele veio a óbito”, contou.
Juliana e a mãe também pegaram a doença. A autônoma recebeu alta médica no início deste mês. Ela diz que os dias sem o marido são difíceis. Eles já estavam juntos há 12 anos e sonhavam com muito mais.
Para as pessoas que assim como a Juliana perderam um marido, um filho, um irmão para a Covid-19, ela deixa um recado. “Eu perdi o amor da minha vida, mas a vida continua e não espera a gente se recuperar. E, se Deus levou ele e também o seu familiar, é porque Ele tem algo grandioso para sua vida”, afirmou.