A Polícia Civil de Epitaciolândia, interior do Acre, desmembrou o inquérito que investiga o sargento da Polícia Militar Erisson Nery, preso preventivamente após balear o estudante Flávio Endres Ferreira, de 30 anos, durante uma confusão em um bar da cidade, e passou a também investigar a sargento da PM-AC e esposa de Nery, Alda Radine.
Foi instaurado um novo inquérito que investiga a conduta da militar por fraude processual, lesão corporal e denunciação caluniosa. A Polícia Civil afirmou que já marcou a oitiva para ouvir a militar, mas a defesa solicitou uma remarcação. O pedido foi atendido, e a defesa fez uma nova solicitação.
“Ficou marcado para janeiro. Como está dentro do prazo para conclusão do inquérito com relação a ela, segue como investigada. Não será, necessariamente, denunciada por esses delitos, precisamos fazer uma coleta dos elementos para se confirmou ou não a situação”, explicou a delegada responsável pelas investigações Carla Ívane.
A defesa da sargento afirmou que não tem conhecimento do processo instaurado contra a militar. Segundo a advogada Helane Cristina, Alda foi convidada para ir até a delegacia fazer esclarecimentos, porém, foi remarcado para janeiro por motivos de saúde da advogada.
“Já fizemos a solicitação do que se trata e estamos encaminhar via e-mail”, argumentou.
O sargento segue preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Rio Branco, desde o dia 29 de novembro.
No dia 27 de novembro, o sargento Nery se envolveu em uma confusão em um bar no interior do Acre, que acabou com o estudante Flávio baleado. No dia 29, ele foi preso e ouvido na delegacia do município. enquanto um grupo de amigos fazia protesto e pedia justiça.
Vídeos que circularam na internet mostram o momento da confusão dentro e fora do bar, em Epitaciolândia. Uma das imagens mostra o sargento Erisson Nery armado após atirar contra o estudante e, em outro vídeo, é possível observar que a vítima foi agredida inicialmente pela sargento da PM Alda Nery, mulher do policial.
Ele, porém, alegou que reagiu a uma importunação sexual feita pelo homem contra sua mulher, a administradora Darlene Oliveira. Mas, um vídeo do interior do bar onde ocorreu a confusão mostra que a vítima foi agredida inicialmente pela sargento da PM Alda Nery. As novas imagens confirmam o depoimento da equipe que fazia a segurança no local. No depoimento, um dos seguranças diz que o sargento acusava o pessoal da mesa ao lado de estar olhando de forma desrespeitosa para a mulher dele. O segurança tentou acalmar o sargento, mas ele continuava alterado.
Alda e o sargento ficaram conhecidos nas redes sociais após assumirem um relacionamento a três com Darlene. Os três moram na cidade de Brasileia e há alguns meses a sargento estava fazendo tratamento psicológico, quando o casal voltou a gerar polêmica ao surgir boatos de separação.