Menino de 8 anos autista é a primeira criança a ser vacinada contra Covid-19 em Rio Branco

Vacinação começou oficialmente nesta segunda-feira (17), no Bairro Cadeia Velha em Rio Branco.

Após quase um ano do início da vacinação contra Covid-19, no Acre, em janeiro do ano passado, as crianças com idade entre 5 a 11 começaram a ser vacinadas oficialmente contra a doença. Na capital acreana, o primeiro a receber a vacina foi o menino Rafael Miranda, de 8 anos.

A vacinação foi lançada pela Secretaria Municipal de Saúde na manhã desta segunda-feira (17), na Unidade de Saúde Maria Áurea Vilela, no Bairro Cadeia Velha.

A dona de casa Kerlly Santos Miranda Costa, mãe do Rafael, disse que o filho é autistas tem outras comorbidades. Ela conta que estava ansiosa por esse momento no qual ele receberia a vacina.

“Estava ansiosa para vacinar, deixar meu filho protegido. Até porque ele tem algumas comorbidades, então a imunidade dele é muito baixa. De segunda a sexta-feira, a gente frequenta centros de fisioterapia e ele acaba sendo muito exposto. Então, estava muito ansiosa pela vacinação e graças a Deus chegou.

O prefeito Tião Bocalom comemorou o início da vacinação e reiterou que as doses iniciais, de 2.860 ainda são poucas para atender o público de 49 mil crianças com idades de 5 a 11 anos, mas que deve avançar à medida que forem enviadas mais doses.

“As pessoas precisam entender que neste momento estão sendo vacinadas as crianças com 11 anos. Mas, estamos muito felizes que a gente está iniciando a vacinação das crianças, mas os pais precisam ter um entendimento de que vamos devagar e não anda rápido igual dos adultos e assim que o ministério for mandando as doses, vamos continuar vacinando”, disse.

Segundo a Saúde municipal, a vacinação deve começar com crianças de 11 anos e seguir de forma decrescente, conforme a chegada de mais lotes. Explicou que a dose aplicada no menino Rafael foi uma excepcionalidade devido ele ser autista.

“Reiteramos que o caso Raphael, foi uma excepcionalidade e a vacinação segue normalmente com o esquema vacinal, de crianças de 11 anos e de forma decrescente. Lembrando que crianças com 11 anos de idade e que tenham algum tipo de comorbidades, é necessário que os pais ou responsáveis, apresentem laudo médico.”

Vacinação para crianças de 5 a 11 anos começou nesta segunda-feira (17) — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre

Vacinação em crianças

 

As crianças precisam estar acompanhadas do pai ou da mãe ou de outro responsável legal na hora da imunização. Essa pessoa precisa assinar um Termo de Autorização e receber as informações referente a possíveis reações da vacina, como por exemplo: inchaço, vermelhidão no local da injeção, febre, fadiga, dor de cabeça e outros.

A secretária Sheila Andrade explicou que para garantir a segurança deste grupo, a vacina não vai ser disponibilizada na Uraps, mas em unidades de saúdes diferentes. O atendimento é feito das 8h às 12h e das 14h às 16h. (Veja locais de vacinação abaixo)

“Devido essa situação que estamos vivendo de síndrome gripal e muitas pessoas testando positivo para Covid, nós não podemos pegar estas crianças que estão saudáveis e colocar em todas as Uraps, até porque dentro do protocolo do próprio Ministério da Saúde, determina que tem que ter uma segregação, algo diferenciado para atender essa população específica de 5 a 11 anos de idade. Então, nós enquanto Secretaria de Saúde conversando com os técnicos, escolhemos cinco unidades de referência”, pontuou.

Sheila disse ainda que neste momento não é possível colocar as doses em grande escala devido a quantidade recebida.

“O quantitativo que chegou pra nós são 2.860 doses e, quanto mais espalharmos, mais difícil fica para nosso controle porque não estamos em condições de perder doses. Ao todo, de 5 a 11 anos, são 49 mil crianças dentro do município de Rio Branco. Vamos vacinar nesse momento as crianças de 11 anos”, acrescentou.

A secretária disse que ainda não foi definida estratégia de vacinar as crianças da zona rural, mas que elas vão ser alcançadas também. “Porque o próprio ministério proíbe que se faça essa vacina em mutirões, mas iremos sim alcançar as crianças da zona rural.”

Primeiro lote

 

O primeiro lote com 7,2 mil doses da vacina da Pfizer destinado a este público chegou ao Acre na noite dessa sexta-feira (14), por volta das 22h20 no horário local.

A primeira informação era de que o voo que traria as doses chegaria ao estado acreano na noite de quinta (13), mas o avião pousou sem a carga.

A previsão inicial era de que as doses chegariam ao Acre na próxima terça (18), mas a chegada do imunizante foi adiantada.

“As crianças que possuem comorbidades devem apresentar a prescrição médica para vacinação”, diz a nota técnica do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Rio Branco.

O documento destaca também que a 2ª dose deve ser aplicada após dois meses da aplicação da primeira dose. “Que as crianças sejam acolhidas e permaneçam no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação”.

Outra informação destacada é que a vacina contra a Covid-19 não pode ser administrada no mesmo período de outras vacinas do calendário de imunização infantil. O intervalo entre as vacinas de rotina e contra a Covid é de 15 dias.

A vacinação em crianças vai ser feita nas seguintes unidades de saúde:

  • USF Maria Áurea Vilela Santos – bairro Cadeia Velha;
  • USF Dr. Mario Maia – bairro Cidade Nova;
  • USF Gentil Perdomo da Rocha – Conjunto Esperança;
  • USF Vitória – bairro Vitória;
  • USF Manoel Alves Bezerra – Conjunto habitacional Cidade do Povo.

Sem receita médica

 

O Acre não vai exigir prescrição médica para vacinar crianças contra a Covid, segundo a Sesacre. Em dezembro do ano passado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a afirmar que recomendaria a cobrança do documento.

No último dia 5, o Ministério da Saúde divulgou as regras para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos e abriu mão da exigência de receita médica para imunização desta faixa etária.

De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:

  • em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
  • sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
  • com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.

 

Colaborou Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Jonys David (Ceara)