Médicos bolivianos bloqueiam pontes em protesto a lei que criminaliza profissionais no País

Ponte Wilson Pinheiro, que liga Cobija (lado boliviano) à Brasiléia.

Alexandre Lima

Durante as primeiras horas desta quarta-feira, dia 27 de dezembro, moradores brasileiros e bolivianos que tentavam passar para ambos os países de veículo, foram surpreendidos com um bloqueio nas pontes da Amizade e Internacional, localizadas em Brasileia e Epitaciolândia.

O motivo segundo um dos representantes da classe na cidade de Cobija, capital de Pando, o medico Wilson Salazar, “essa nova Lei 205, vem criminalizar os médicos da Bolívia, está inserida no Código Penal, onde responsabiliza os profissionais por quaisquer sinistros que venha ocorrer ao paciente nas unidades hospitalares, além de que pode se entender a qualquer pessoa que trabalhe na área médica”, disse.

Acesso à Cobija, pela cidade de Epitaciolândia, também foi bloqueada para veículos – Foto Ermerson Lopes

“Estamos tentando conversar com o presidente Evo Morales, mas, está sendo irredutível em marcar uma reunião para que ao mesmo, nos ouça. Já ocorreu manifestações violentas em La Paz, onde foram reprimidos a tiros deixando feridos”, complementou.

Foi informado que além da fronteira com o Acre, na Argentina também aconteceu bloqueios. As manifestações ocorridas nesta quarta-feira, irá se estender até às 18 horas, mas, caso não aconteça uma negociação com o governo de Evo, poderá acontecer novamente a partir de sexta-feira, dia 29.

Representante da categoria em Cobija, médico Wilson Salazar, disse que a Lei marginaliza os profissionais da saúde no País.

Também foi informado que outras classes, como o transporte, obras e classes sociais poderão estar aderindo à greve, podendo causar uma paralisação total no País. A deputada Leila Galvão esteve na ponte Wilson Pinheiro, conversando com o representante da classe médica, onde ouviu as reivindicações e estará levando para a Assembleia, na pessoa do presidente.

“Sabemos que é um problema interno deles, mas, esperamos que aja uma negociação o mais rápido possível. São profissionais essenciais para a população e devemos tratar como mais cautela esse problema. Não podemos criminalizar a todos por problemas que as vezes estão longe de seus conhecimentos. Espero que encontrem soluções o mais breve”, disse a deputada.

Deputada Leila Galvão esteve na ponte Wilson Pinheiro e ouviu a classe.

O bloqueio nas pontes foi apenas para veículos. A passagem para pessoas a pé estava liberada. Caso aconteça um bloqueio por tempo indeterminado, a cidade de Cobija poderá sofrer um colapso na energia elétrica, uma vez que as carretas com combustível utilizam as estradas do Peru e do Brasil, pelo Acre, para abastecer as usinas termoelétricas, além dos veículos. Outra parte afetada, seria o abastecimento e venda do comércio local que recebe muitos turistas.

Mais informações a qualquer momento.

Veja vídeo feito pelo radialistas Ermerson Lopes e Almir Andrade.

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Alexandre Lima