Entre 2020 e 2024, 511 policiais civis do Amazonas foram afastados das funções por transtornos mentais, conforme dados divulgados pela Junta Médico-Pericial da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM). O número revela um quadro alarmante de adoecimento psicológico entre os profissionais que atuam na linha de frente da segurança pública.
Segundo o levantamento, os investigadores lideram os afastamentos, com 311 casos, representando 60,8% do total. Em seguida estão escrivães (93), delegados (53), comissários (22), peritos criminais (23), peritos legistas (8) e um perito odontolegista.
A exposição constante à violência, a sobrecarga de trabalho e a ausência de um suporte psicológico institucionalizado são apontados como os principais fatores para o esgotamento emocional desses profissionais.
Com base nos laudos médicos e na Classificação Internacional de Doenças (CID), os transtornos mais recorrentes foram:
Transtorno depressivo recorrente (F33): 98 casos
Transtorno de ansiedade generalizada (F41.1): 91 casos
Episódio depressivo (F32): 66 casos
Reação ao estresse grave e transtornos de adaptação (F43): 58 casos
Transtorno misto ansioso e depressivo (F41.2): 39 casos
Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas voltadas à saúde mental dos agentes de segurança, com ênfase na prevenção, acolhimento psicológico e tratamento adequado. O cenário atual evidencia a necessidade de uma mudança estrutural no cuidado com os profissionais que atuam diariamente em ambientes de alta pressão e risco.