Maior registro de queimadas no Alto Acre aconteceu em setembro de 2005

No ano de 2005, poucos meses após a fundação do jornal O Alto Acre, que circulava semanalmente em modo impresso, teve sua primeira prova de fogo, literalmente falando, no período do verão amazônico que se estendeu além do esperado até o mês de outubro.

O clima ficou horrível e a mata foi castigada com a falta de chuva e a umidade ficou acima da média para época. O país vizinho, como sempre todos os anos, a Bolívia juntamente com o estado de Rondônia e outros estado do centro do Brasil, ardiam em queimadas irresponsáveis.

Capa do jornal impresso semanal O Alto Acre no mês de outubro de 2005. Registro foi feito no final do mês de setembro.

Focos de queimadas surgiam de todos os lados e chegou ao ponto de ameaçar a cidade de Epitaciolândia. No mês de setembro de 2005, a Reserva Extrativista Chico Mendes, iniciou sua luta contra os focos de incêndio que podem ter consumido mais de 10 mil hectares, deixando colonos e animais ilhados pelo fogo.

Com as denuncias através do jornal impresso onde conseguiu uma imagem de satélite da Bolívia, se pôde ter uma dimensão do que estava acontecendo. Uma monstruosa coluna de fumaça cobria os estados do Mato Grosso, Rondônia e Bolívia, consequentemente, o Acre era a principal vítima.

Foi quando o governo federal, liberou uma equipe do Batalhão Florestal de Brasília. Se juntaram a eles, mais voluntários do Acre, somando mais de 100 homens para combater o fogo que destruía a floresta. Foi possível registrar uma família que estava lutando contra o fogo ao redor de sua casa, e corria o risco de fica sem o pequeno igarapé que fornecia água.

Modelo do helicóptero usado na época para transportar os brigadistas e jornalistas em 2005 – Foto/ilustrativa

A brava equipe calculava ao menos, 20 dias dentro da mata combatendo o fogo. O jornal O Alto Acre e uma equipe da TV Acre, filiada da Rede Globo, comandada pelo jornalista Jeferson Dourado, foram os únicos meios de notícia que estiveram no meio da selva em chamas, e pudemos ver através do helicóptero Cougar AS 532 AL/SC, com capacidade para 27 pessoas, a destruição causada no final do mês de setembro e nos dias seguintes de outubro.

Apesar do alongamento do verão amazônico na época, com grandes focos de queimadas, não se tem relatos de movimentos contra o governo espalhados pelo Brasil. Quase 15 anos depois, se registra no Estado do Acre, cerca de 85% menos do volume dos 10 mil focos de incêndios florestais registrados em 2005.


Agradecimento:

Carlos Portela por ceder imagens do jornal da época de seu arquivo pessoal. Os arquivos impressos do jornal O Alto Acre foram perdidos durante a enchente de 2015.

Matéria sobre a maior queimada já registrada da Resex, no ano de 2005.

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Publicado por
Alexandre Lima