O “De Olho no Planalto” é resultado do trabalho de apuração das equipes de reportagem do Estadão e do Broadcast, o serviço em tempo real da Agência Estado. Com atualização diária, não se trata de um levantamento estatístico, mas sim de um ranking elaborado com base no monitoramento dos nomes que estão sendo cogitados para disputar eleição indireta em caso de eventual saída de Michel Temer da Presidência da República nos próximos meses.
Presidente da Câmara dos Deputados / DEM-RJ
Bancário, 46 anos
Em caso de saída de Temer, assume obrigatoriamente a Presidência por 30 dias para convocar eleição indireta. Poderia se candidatar estando no cargo. Aliado de Michel Temer e genro do ministro Moreira Franco, tem boa articulação no Congresso e trânsito com a oposição. Circula bem no baixo clero, que ajudou a elegê-lo presidente da Câmara em julho de 2016 e fevereiro deste ano. É visto como representante da continuidade das reformas
É investigado na Operação Lava Jato, integra um partido médio e não tem experiência no Executivo. Há dúvidas no mercado se teria habilidade política para governar
Partes do PP e PSD e maioria do DEM, além de deputados do baixo clero da Câmara
Ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) / PMDB
Advogado, 71 anos
É do PMDB, partido de Michel Temer. Conversa bem com integrantes das cúpulas petista e tucana e tem bom trânsito no STF, onde foi ministro de 1997 e 2006
Integra o Conselho de Administração do BTG Pactual, que tem entre os sócios André Esteves, investigado na Lava Jato. Já prestou consultoria para empreiteiras que são alvo da operação. Transita mais no Senado do que na Câmara, onde está o maior colégio eleitoral em eventual eleição indireta
Setores do PMDB, PSDB e PT. Não empolga o mercado
Senador / PSDB-CE
Administrador de empresas, 68 anos
Tem experiência no Executivo – foi governador do Ceará por três mandatos – e no Congresso. É do PSDB, principal partido aliado do governo, o que favorece uma transição negociada. Não é alvo da Lava Jato
Não é um nome que agrada ao Centrão e ao núcleo duro do Planalto. Em parte do País, é desconhecido do grande público. Já teve problemas cardíacos
PSDB e setores do DEM. Agrada ao empresariado e ao mercado financeiro, que já cogitam a hipótese da indicação de Arminio Fraga para o Ministério da Fazenda
Advogado, 61 anos
Transita bem no Congresso e é crítico da Lava Jato, o que tem feito seu nome ser defendido tanto por deputados quanto por senadores
Para ser candidato, precisa deixar o STF, onde pode ficar até 2030. Há dúvidas sobre se poderia se candidatar, já que não é filiado a partido político
Parte dos parlamentares e de setores empresariais
Sociólogo, 85 anos
É o mais experiente dos cotados e poderia ser um nome de reconciliação. Foi senador, ministro das Relações Exteriores, da Fazenda e presidente da República de 1995 a 2002. Fundador do PSDB, representa a continuidade do processo de reformas e segurança para a estabilidade econômica. É pouco provável que dispute a Presidência em 2018
É o mais velho dos cotados. Já descartou ser candidato, mas seu nome continua sendo lembrado entre tucanos. Sofreria resistência da oposição. Delatores da Odebrecht citaram sua campanha como beneficiária de caixa 2, o que motivou pedido de investigação
PSDB e parte da opinião pública e do mercado
Engenheiro civil, 71 anos
Daria continuidade às reformas e à agenda econômica. Agrada ao mercado e ao empresariado. Tem bom trânsito com petistas, tucanos e peemedebistas
Já foi presidente do Conselho de Administração da J&F, grupo envolvido na delação que se transformou no último escândalo da crise política. Há temor de que venha a ser investigado no futuro
Maioria do mercado. Pode ser um dos nomes apoiados pelo Planalto
Advogada, 63 anos
É a que menos tem ligação com a política entre os cotados, o que configura o perfil de outsider que pesquisas apontam como ideal para o Planalto. Representante do Judiciário, seria garantia de redução dos sobressaltos políticos
É apoiada mais fora do que dentro do Congresso. Para ser candidata, precisaria deixar o STF. Sem filiação partidária, há dúvidas se poderia se candidatar em caso de eleição indireta. Nunca teve cargo no Executivo. Não se sabe se teria capacidade de articulação no Congresso
Setores da sociedade civil. Não agrada ao mercado porque gera dúvidas sobre a continuidade das reformas
Advogado, 85 anos
Não tem ligação com partidos ou nomes envolvidos na Operação Lava Jato. Tem o apoio de juristas, advogados e nomes da sociedade civil
Não tem apoio dentro do Congresso e depende de uma interpretação do STF para que, de fato, possa ser candidato. Tem pouco trânsito no universo político e partidário. Idade avançada
Setores da sociedade civil
Limbo jurídico
Em eleições regulares, integrantes do Judiciário, segundo a Lei Complementar de 1990, teriam de deixar o cargo 6 meses antes do pleito. Além disso, qualquer candidato teria de estar filiado a partido político nesse mesmo prazo. Não há, porém, uma regra clara estabelecida para a hipótese de eleição indireta.
Fonte: Estadão