Mãe espera encontrar ao menos restos mortais de filha desaparecida há 7 anos e critica polícia

Há sete anos sem notícias da filha desaparecida, a dona de casa Maria Elizandra Pereira da Silva, de 56 anos, disse em entrevista à reportagem da Folha do Acre na manhã desta quarta-feira (5) que já perdeu a esperança de encontrá-la viva e que espera ao menos encontrar o restos mortais da filha para fazer um enterro digno, para amenizar a dor e angústia que a persegue até hoje.

A mulher pede ainda providências à Justiça, uma vez que os autos foram arquivados. A adolescente Maria Janaína Pereira da Silva, na época com 13 anos, desapareceu no dia 15 de setembro de 2011, por volta das 21 horas, após sair de casa para andar de skate com amigos no bairro Nova Estação.

Segundo Maria Elizandra, no dia do desaparecimento, Janaína passou o dia todo brincando no bairro e retornou para casa às 17 horas e ela pediu que a filha se arrumasse para que fossem à igreja. Quando retornaram, a menina disse que ia andar de skate e nunca mais voltou.

“Não tenho esperança que ela esteja viva, quero apenas encontrar seus restos mortais, e que a pessoa que fez isso com ela possa pelo menos fazer uma ligação anônima dizendo onde foi que ele jogou o corpo da minha filha, para fazer um enterro digno”, disse a mãe.

De acordo com Elizandra, duas semanas antes de sua filha desaparecer, um homem ficava a olhando enquanto brincava e que toda essa angústia na sua família se iniciou quando pararam uma moto roubada na frente da casa em que viviam e ela teria passado informações à polícia sobre o homem que deixou o veículo no local.

“A polícia parou aqui e perguntou se eu tinha visto alguma coisa e se sabia quem tinha deixado aquela moto ali. Eu disse só que tinha visto um homem correndo e apontei a direção. Depois disso, todos do bairro foram dizer para o suspeito que eu tinha dito quem ele era para a polícia. Mas eu nem sabia quem ele era. Minha filha passou a ser perseguida por um homem no Canal da Maternidade, esse homem chegou a ir até a minha casa com uma bicicleta verde e em posse de uma faca entrou na minha residência, e se Janaína não tivesse entrado no banheiro ele teria a matado na sua casa”, disse Maria.

Muito emocionada e com lágrimas escorrendo no rosto, a mãe contou que a Justiça tem um vídeo de um homem dizendo o que teria feito com a adolescente, e que inclusive o autor do vídeo já foi morto, como queima de arquivo. Elizandra disse, ainda, que um homem que não terá o nome revelado, chegou até a sua casa e disse que mataram sua filha no bairro Conquista, na capital.

A reportagem teve acesso as movimentações dos autos e constatou que o processo envolvendo Janaína foi arquivado definitivamente no 17 de setembro de 2014.

“Meu sentimento de mãe é que minha filha não está viva, mas quero saber da Justiça o que aconteceu e eu vou lutar enquanto tiver vida. Estranho é que em 2014 o caso foi arquivado, minha filha era um ser humano, eu quero saber da Justiça, eu vou até o final. O delegado que mexeu nesse caso, ele vai ter de arcar com as consequências. Dia 15 de setembro vai sete anos e eu não tenho a resposta de nada, como se fosse um cachorro que tivesse desaparecido”, concluiu Maria Elizandra.

A reportagem da Folha do Acre tentou contato com o delegado Robert Alencar, responsável pelas investigações na época, mas as ligações não foram atendidas.

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folha do acre