O ex-ministro da Economia da Bolívia, Luis Arce foi escolhido neste domingo (19) como candidato à presidência do país pelo partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS). O pleito está previsto para acontecer no dia 3 de maio.
O companheiro de chapa de Arce é o ex-chanceler David Choquehuanca. O anúncio foi feito pelo próprio Evo Morales, durante entrevista coletiva em Buenos Aires. O ex-presidente está refugiado na capital argentina desde que renunciou ao cargo, em novembro do ano passado.
Imagem de Evo Morales durante entrevista no dia 6 de janeiro de 2020 — Foto: Matias Baglietto/Reuters
A votação para definir o candidato à presidência aconteceu em Buenos Aires. Arce foi escolhido por mais de 50 delegados do partido. Morales atuará nas eleições como chefe de campanha do MAS.
Manifestantes tomam as ruas de La Paz para denunciar ‘fraude eleitoral’ nesta sexta-feira (25) após apuração indicar vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais da Bolívia — Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
A Bolívia realizou eleições presidenciais em 20 de outubro. Havia duas apurações: uma preliminar e mais rápida, e outra de resultado definitivo, por contagem voto a voto. Os resultados iniciais da primeira apuração apontavam um segundo turno quando ela foi interrompida.
Passou-se somente à contagem definitiva, mais lenta. Antes mesmo do resultado definitivo que apontava a vitória de Evo, já começaram as manifestações. Simpatizantes de Carlos Mesa, o candidato derrotado, foram às ruas para denunciar uma fraude na apuração. Houve relatos de confrontos em Sucre, Oruro, Cochabamba e La Paz, entre outras cidades.
Em 24 de outubro, foi confirmada a vitória de Evo, com 10,56 pontos percentuais à frente de Carlos Mesa. Após o resultado, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo da Bolívia anunciaram que a entidade faria uma auditoria do processo eleitoral inteiro.
Oficial de polícia lê discurso durante protesto contra o presidente da Bolívia, Evo Morales — Foto: Luisa Gonzalez/Reuters
Durante o início de novembro, os protestos voltaram a acontecer, não apenas entre a população. Departamentos de polícia das regiões de La Paz, Cochabamba, Sucre e Santa Cruz decidiram que não iriam mais reprimir os manifestantes e se amotinaram.
No dia 10 de novembro, a auditoria da OEA confirmou que houve fraude nas eleições. Logo em seguida, Evo Morales convoca a imprensa e anuncia a dissolução do Tribunal Superior Eleitoral e a convocação de novas eleições.
Depois, os chefes das Forças Armadas e da Polícia pediram que Evo Morales deixasse o cargo para “pacificar” o país. No mesmo dia, Morales renuncia à presidência.