Luciano Bivar confirma que Major Rocha pediu abrigo ao PSL com promessa de eleger 2 federais em 2022

“A proposta que ( Rocha) fez foi se filiar ao PSL o mais rápido possível para ter o controle do partido no Acre, e assim poder levar a legenda para apoiar a candidatura de Minoru Kimpara à prefeitura de Rio Branco”, revelou uma fonte ao Blog.

Com Blog do Assem

O vice-governador do Acre, major Rocha (PSDB), deu mais uma prova do “inferno astral” em que está vivendo. Procurou a Direção Nacional do PSL propondo filiar-se de imediato à legenda, desde que a direção do partido no Acre seja destituída e ele passe a dar as cartas na sigla.

Uma fonte que acompanha os bastidores da política acreana  na capital federal confirmou a reportagem os fatos e deu detalhes da longa reunião que o vice-governador do Acre teve com o presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar.

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O presidente do PSL no Acre, pedro Valério, ao ser procurado pela reportagem nesta terça-feira, admitiu que foi comunicado por Bivar sobre a investida de Rocha. Adiantou que o dirigente nacional e o vice-governador teriam novo encontro. Na manhã desta quarta, Valério não atendeu aos nossos telefonemas.

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“A proposta que ele ( Rocha) fez foi se filiar ao PSL o mais rápido possível para ter o controle do partido no Acre, e assim poder levar a legenda para apoiar a candidatura de Minoru Kimpara à prefeitura de Rio Branco”, revelou a fonte.

Ainda segundo o informante, a insistência de Rocha na proposta revelou um certo grau de desespero do cacique tucano, e surpreendeu a direção nacional do PSL.

Tendo em vista que a candidatura de Minoru Kimpara se revela mais à esquerda no espectro ideológico, algo diametralmente oposto ao que prega o PSL, partido considerado de extrema-direita.

A proposta contraditória de Rocha, no entanto, se explica pelo fato de que até agora nenhum grande partido quis fazer aliança com o PSDB para a disputa municipal em Rio Branco.

Após declarar guerra ao grupo político liderado pelo governador Gladson Cameli,  Rocha aumentou sua lista de desafetos e afastou todos os partidos aliados do governo de uma possível composição com os tucanos para o pleito na capital.

“O principal argumento de Rocha para tomar o PSL no Acre foi de que a pré-candidatura tucana à prefeitura de Rio Branco lidera as pesquisas até agora. Ele também prometeu à direção nacional do PSL eleger dois deputados federais pelo partido em 2022, algo que até foge à realidade, já que a irmã dele é deputada pelo PSDB e ele jamais deixaria de apoiá-la“, revela a fonte.

A tentativa do cacique tucano de tomar de assalto o PSL no Acre caiu como uma bomba nas hostes do partido.

Tendo em vista que praticamente todos os pré-candidatos a vereador pela legenda discordam de uma possível aliança com o PSDB.

Caso o controle do partido mude de mãos, a chapa proporcional da legenda poderá ser implodida por um inevitável confronto ideológico.

A discórdia é causada pelo histórico petista do pré-candidato Minoru Kimpara, que já foi presidente do PT no Acre.

E também militou na Rede Sustentatabilidade, por onde foi candidato a senador em 2018.

Durante vários anos o PSL do Acre se manteve apenas como uma “legenda de aluguel”,  sem nenhum protagonismo político. Com a eleição do presidente Bolsonaro pelo partido em 2018, o PSL elegeu também a maior bancada na Câmara Federal, com 54 deputados, o que garantiu ao partido o maior tempo de rádio e TV e o maior fundo eleitoral para as eleições deste ano, daí a cobiça do vice-governador pela legenda no Acre.

Nos últimos dois anos o PSL no Acre também se tornou um partido orgânico, com diretórios instalados em 16 municípios e uma militância absolutamente ideológica.

Este ano a legenda pretende disputar as eleições em pelo menos 15 municípios, entre candidaturas majoritárias e indicação de vices. Essa projeção do partido em todo o estado e a independência que a sigla manteve ao recusar cargos no governo, deu ao PSL o maior capital político dessas eleições.

Procurada, a assessoria do vice-governador major Rocha não quis se pronunciar sobre os fatos envolvendo a briga pelo controle do PSL no Acre. Já o presidente regional do PSL, Pedro Valério, havia dito que “esta não é a primeira e nem será a última que tentam tomar o partido de forma sorrateira”.

“Seguimos fazendo o nosso trabalho”, declarou, e vamos acompanhar de perto os desdobramentos.

Major Rocha conseguirá assumir o controle do PSL no Acre?

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acjornal