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Presidente do Flamengo, Roldolfo Landim explicou os planos para a implementação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no clube. Em entrevista ao portal “ge”, o dirigente voltou a defender a ideia de ter investidores atuando no Rubro-Negro e afirmou que o modelo seria diferente da maioria praticada no Brasil até aqui. Além disso, relacionou o tema à construção de um estádio.
– Criar uma empresa que é dona do futebol, e eu faço uma diluição dela a exemplo do que o Bayern fez, que vendeu 25% dessa empresa com aumento de capital. Então, se 75% valem R$ 4,5 bilhões, coloca R$ 1,5 bilhão do lado de cá e fica com 25%. Eu posso vender para três caras como o Bayern fez: um que queira o naming rights, um que queira se associar ao Flamengo por 50 anos pela importância que o Flamengo tem ou por algum aspecto estratégico que possa trazer. E aí eu tenho dinheiro para fazer o estádio – explicou o presidente do Flamengo.
– Mas vamos lá que eu não consiga fazer isso e eu precise colocar algum dinheiro… Eu tenho a finança estruturada para eventualmente botar esse dinheiro. A estrutura de fazer estádio é idealmente sem precisar focar no dinheiro. Mas, se eventualmente for necessário, eu tenho o clube estruturado para não me criar problema. O que eu quero é que o Flamengo, se for fazer um estádio, cresça ainda mais a capacidade para melhorar as receitas de match day e conseguir melhorar ainda mais o desempenho financeiro do Flamengo. É como eu penso – completou.
Torcedores e membros da oposição afirmam que a SAF seria um caminho para Rodolfo Landim se perpetuar no poder do Flamengo. No entanto, o atual presidente rubro-negro nega esse discurso e disse que assinaria um documento comprometendo-se a não ser CEO da eventual empresa, apesar de não querer deixar a política do clube. O mandato do dirigente chega ao fim em dezembro deste ano.
Já falaram isso. Pensam isso. Não tem problema nenhum, eu assino um papel de que jamais serei CEO de SAF alguma, com o maior prazer. Isso não é pessoal, é um problema estrutural. Eu quero o Flamengo bem. Estou dedicando seis anos da minha vida ao Flamengo, eu poderia estar trabalhando e ganhando dinheiro. Mas faço isso pelo fato de que entrei com um grupo de malucos que veio comigo para cá. Isso aqui é um sonho nosso. De fazer alguma coisa por algo que é importante na nossa vida. Isso é difícil de explicar porque o Flamengo tem essa dimensão na vida, mas tem – disse Landim.
– O que eu acho é que, se eu tiver alguma coisa a mais para contribuir para o Flamengo depois desses seis anos, e é algo que eu tenho discutido com alguns sócios para ver se ajudo a fazer, são essas transformações estatutárias que permitam dar um pouco de segurança a continuidade de uma gestão com disciplina de capital no clube – continuou.