“Juiz que não resiste a pressão, que mude de profissão”, diz Moraes

O ministro Alexandre de Moraes discursou em evento do Fórum Empresarial Lide, no Rio: “Judiciário só é respeitado pela independência”

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Wilton Junior/Estadão Conteúdo – 01.08.2025

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma defesa da independência do Poder Judiciário no Brasil, nesta sexta-feira (22/8), e ressaltou que não há medo de agir de acordo com o que diz a Constituição Federal.

A uma plateia de empresários, políticos e outros ministros da Corte, no evento do Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, Moraes foi enfático: “Juiz que não resiste a pressão, que mude de profissão”, disse ele.

O ministro enfatizou, ainda, a autonomia do Judiciário brasileiro: “Apesar de todos os ataques, mantivemos um Poder Judiciário independente no Brasil. O Judiciário só é respeitado pela independência. Um Judiciário vassalo não é independente. No Brasil, o Judiciário é independente e corajoso”, afirmou.

Diante de pressões para não julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com atuação do governo dos Estados Unidos, que aplicou restrições a Moraes e ao Brasil, o ministro do STF ainda frisou: “Podem continuar os ataques. De dentro e de fora”.

Visão de outro ministro

Mais cedo, André Mendonça, também ministro do STF, ressaltou aos empresários, no mesmo evento, que o Judiciário brasileiro precisa de “autocontenção”. Mendonça propôs, ainda, reformas administrativas nos Três Poderes: “Se algo não está dando certo, é preciso haver reflexão séria de reforma das instituições, que perpasse Legislativo, Executivo, Judiciário”, ressaltou.

O colega de Moraes no STF defendeu, também, que é preciso fazer um “compromisso público” de que “o bom juiz deve ser reconhecido pelo respeito, não medo”, de forma “que as suas decisões gerem paz social e não caos, incerteza e insegurança”, completou.

Durante o Fórum, que começou nessa quinta-feira (21/8) e termina neste sábado (23/8), lideranças políticas destacaram o desempenho do Brasil na solução do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos e a necessidade de uma política externa com foco na diplomacia.

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Da Redação