Jovem de 27 anos está há oito dias com feto morto na barriga, na Maternidade Bárbara Heliodora

Sesacre omitiu que o medicamento está sendo adquirido com dinheiro da família, mesmo o hospital sendo público.

João Renato Jácome
A paciente Valdineia Souza, de 27 anos, internada na Maternidade Bárbara Heliodora (MBH), em Rio Branco, está há exatos oito dias aguardando a retirada de um feto da barriga dela. Familiares precisaram até comprar um medicamento para que o feto fosse expelido, mas não houve resultado.

Segundo o esposo de Valdinéia, Assis Silva, conversou com a reportagem e falou da sensação de impotência que sente ao ver a mulher aguardando um procedimento que não é realizado. Os médicos teriam dado 48 horas para que o medicamento comprado fizesse efeito, mas isso não aconteceu.

“Eles falaram que o remédio ia fazer efeito, isso na sexta-feira, mas hoje já é quarta e nada. Isso depende dos médicos, a gente procurou a Direção e eles disseram que vão começar a resolver isso a partir de amanhã. Mas desde quarta ninguém tinha aparecido aqui. Estou com medo da minha mulher pegar uma infecção”, reclama.

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A Direção da Maternidade, para evitar transtornos, preferiu mantê-la internada. Ela está ciente. Vai precisar de uma segunda dose medicamento que não é vendido no Acre

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Procurada, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que o atendimento da paciente está sendo feito corretamente. Não há programação de cirurgia porque o procedimento orientado pelos médicos da maternidade para que o feto seja dissolvido e saia naturalmente, impedido que seja retirado o útero da mulher.

“Esta paciente foi atendida em todos os momentos. A Direção da Maternidade, para evitar transtornos, preferiu mantê-la internada. Ela está ciente. Vai precisar de uma segunda dose medicamento que não é vendido no Acre, e a Direção está providenciando essa segunda dose vinda de Rondônia”, explicou a pasta.

Contudo, a Sesacre omitiu que o medicamento está sendo adquirido com dinheiro da família, mesmo o hospital sendo público. “Vou ter que comprar mais cinco ampolas, e só vai chegar daqui a cinco dias. É uma coisa que a gente tem direito, mas o direito da gente fica esquecido. A vida dela eu não compro”, completa Assis Silva, marido de Valdinéia.

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ac24 Horas