Jovem com leucemia está sem medicamento fornecido pela Saúde do AC há 1 mês, diz família

Alef Matos é um dos pacientes com leucemia que está sem o remédio mesilato de imatinibe, fornecido pela rede pública do estado. Sesacre informou que medicamento está em falta em todo Brasil e aguarda o governo federal comprar.

O vendedor Alef Ferreira Matos, de 26 anos, é um dos pacientes que fazem tratamento contra leucemia no Acre e está sem tomar um dos medicamentos usados no combate à doença. Segundo a família, o rapaz tomou a medicação pela última vez em dezembro do ano passado.

O remédio é fornecido pela Secretaria de Saúde Estadual (Sesacre), rede de assistência pela qual o rapaz é atendido há sete anos. Matos descobriu a doença bem no início, quando foi se alistar no Exército Brasileiro e, por isso, nunca precisou ficar internado e nem fazer várias sessões de quimioterapia e radioterapia.

A irmã do rapaz, Alessandra Matos, diz que o vendedor faz o tratamento no Unacon, em Rio Branco, e há quatro anos passou a tomar mesilato de imatinibe. Ele toma um comprimido por dia que ajuda a controlar a doença.

“Ele toma esse, nunca tinha faltado, toma todos os dias. Desde dezembro do ano passado está sem esse remédio. Falaram que não tinha, que o Estado não tinha mandado e que era para deixar o contato que quando tivesse iam avisar”, relatou.

Aquisição do medicamento

 

A assessoria de comunicação da Sesacre informou que o medicamento está em processo de aquisição no Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o remédio está em falta em todo o Brasil.

O Estado não é responsável pela compra, que fica a cargo do governo federal. O Unacon é responsável por fazer a solicitação da medicação ao Centro de Referência de Medicamentos Especiais (Creme) e distribuir aos pacientes.

A previsão da Saúde é de que o medicamento seja entregue ainda no primeiro semestre desse ano.

Medicamento caro

 

A parente destaca que a família pesquisou o valor da medicação em uma farmácia fora do estado e descobriu que uma caixa sai por R$ 20 mil, dinheiro que a família não dispõe. Além disso, as farmácias do estado acreano não vendem.

“Ele sente um pouco de mal estar porque o organismo dele já estava bastante acostumado com o medicamento. Às vezes tem vômito. O médico pediu alguns exames para saber se a doença evoluiu. Ele fez e vai apresentar”, contou Alessandra.

A jovem revelou que o vendedor entrou com processo na Defensoria Pública do Acre (DPE-AC) para que tenha acesso ao remédio. “É o tratamento dele. Como descobrimos muito no início ele nunca precisou de quimio, radioterapia, só toma os remédios porque é o que controla a doença. Tomou uma vez a quimio porque estava na fase de fazer cadastro no SUS”, disse.

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Publicado por
G1 Acre