Jornal da Bolívia denuncia que 10 grupos de narcotraficantes estão no País. Facções do Brasil são mais atuantes

Drogas apreendidas tentando entrar o Brasil saindo da Bolívia – Divulgação

O jornal El Deber que tem sede principal em Santa Cruz, cidade situada no país vizinho da Bolívia e que faz fronteira com o Brasil, denuncia a infiltração de grupos criminosos que visam principalmente, o tráfico de cocaína.

A matéria denuncia que a Colômbia seria o principal pais, mas, o Brasil é o que está mais atuante seguido do Peru, e consequentemente, o México.

Veja material na íntegra abaixo.

Há dez máfias internacionais do tráfico de drogas com presença na Bolívia

Por Ivan Alejandro Paredes

A maioria é da Colômbia, mas as principais são do Brasil. O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho são as gangues com maior presença em solo nacional. Do Peru está o Caminho Brilhante e do México, o Cartel de Sinaloa.

O negócio do tráfico de drogas na Bolívia atrai máfias. Há pelo menos dez gangues criminosas que têm presença em território nacional com emissários e que vendem cocaína boliviana refinada em várias partes do planeta. Os principais são brasileiros e a maioria é da Colômbia e do México, que têm negócios com máfias europeias e também do Oriente Médio.

El DEBER acessou um relatório de inteligência da polícia colombiana. O documento explica o trabalho da polícia da região e a coordenação que existe com a Administração antidrogas dos EUA (DEA).

O relatório detalha que há dez gangues criminosas operando na Bolívia de suas regiões. Do Brasil estão o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho. Do México é mostrado ao Cartel de Sinaloa e ao Cartel de Los Zetas. Do Peru está o Caminho Brilhante.  E o alvo da Colômbia é o Clã del Golfo (também conhecido como Urabeños), o Cartel do Norte del Valle e grupos paramilitares envolvidos com o tráfico de drogas, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), as Autodefensas Campesinas de Casanare (ACC) e os Rastrojos.

“Essas organizações criminosas tomam decisões estratégicas em seus locais de origem, enquanto na Bolívia apenas questões táticas são decididas. Além disso, sua capacidade econômica permitiu que eles no planalto, penetrassem e cooptassem várias entidades da sociedade civil que contribuíram para sua legitimação”, diz parte do relatório policial colombiano.

Negócio com as máfias

Essas máfias, segundo o documento, transportam a cocaína refinada na Bolívia para diferentes países e são as que fazem negócios com gangues criminosas de outros continentes. Este grupo inclui máfias russas, italianas, espanholas e do Oriente Médio. Além disso, o documento coloca em baixo perfil as máfias nacionais, que, geralmente, diz o documento, são clãs familiares bolivianos com contatos na política, justiça e polícia boliviana.

Nesse sentido, o vice-ministro da Defesa Social, Jaime Mamani, descartou que os cartéis de drogas operem na Bolívia. “Como estado boliviano, exercemos controle soberano sobre todo o território nacional. Relatórios de inteligência da Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas (Felcn) afirmam que não há cartéis de drogas operando em nosso território”, disse ele.

Quando Carlos Romero era ministro do governo, disse que no país havia emissários de cartéis que se estabeleceram na Bolívia para conduzir negócios com narcos locais. “Não há cartéis na Bolívia como no Brasil, Colômbia e México. Embora não haja cartéis, emissários que possam fazer as transações funcionarem, não descartamos isso”, disse Romero.

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Publicado por
Alexandre Lima