Idosa que aguardava há 4 dias por cirurgia no Huerb morre

A aposentada Cleonice da Cunha Matos, de 78 anos, morreu às 14:30 da tarde desta quinta-feira, 3, na Unidade Semi-intensiva do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB), 45 minutos depois em que uma denuncia sobre o seu caso foi publicada no ac24horas. Moradora no município de Sena Madureira, a idosa estava internada desde a última segunda-feira, 29, em Rio Branco.  A família acusou médicos e a direção da  Unidade de Saúde por suposta negligência médica no atendimento de Cleonice que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 28 de fevereiro e que aguardava há 4 dias por uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

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Pouco antes da morte da idosa, o diretor-geral do Huerb, pastor Rodson Souza, negou que a Cleonice não estivesse recebendo um atendimento adequado. O gestor disse que entende a dor dos familiares, mas que a equipe médica estaria fazendo o atendimento necessário para manter estável, o quadro de saúde da aposentada. “Temos UTI em vários hospitais públicos, a questão é que a unidade que atende casos neurológicos é o Huerb e neste momento estamos esperando uma vaga”, disse Souza.

Segundo a sobrinha da paciente, Mirna Cunha, a idosa Cleonice da Cunha Matos recebeu o primeiro atendimento no hospital de Sena Madureira, mas o diagnóstico foi impreciso e os médicos do município demoraram fazer o encaminhamento para Rio Branco. “O médico deduziu que seria apenas um choque térmico, que não precisava transferir minha tia para Rio Branco, priorizando uma vítima de um acidente”, ressalta.

Mirna Cunha relata que após muita insistência da família, os médicos autorizaram a transferência de Cleonice da Cunha. “Depois que chegamos aqui no Pronto Socorro, ela foi jogada no canto de uma parede, tomando soro para aguardar a cirurgia, nisso já se passam 4 dias, não tem vaga UTI, não tem respirador para ela e a vaga que surgiu foi dada para uma jovem de 22 anos, eles não respeitam a prioridade dos idosos”, desabafa.

O pastor Rodson Souza negou que a paciente esteja jogada no canto de uma parede. Ele afirma que Cleonice da Cunha foi colocada em uma unidade semi-intensiva. “Esta vaga na UTI que a família alega que foi preenchida por uma jovem, na verdade foi cedida para um servidor que levou um tiro na cabeça e estava perdendo massa encefálica. Era um caso de emergência extrema, não poderíamos deixar de atender este caso”, informa.

Os familiares de Cleonice da Cunha Matos,ainda chegaram a  procurar o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e a Defensoria Pública do Acre, para tentar conseguir uma vaga na UTI do Hospital, através da Justiça.

Ao ac24horas, a sobrinha de Cleonice desabafou. “Que a direção do hospital tenha pelo menos a dignidade de assumir o erro para que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu com a minha tia. E queremos justiça que os culpados sejam punidos. E que pare de rebater o que nós da família estamos falando pois temos prova de tudo, imagens como já foi divulgado, o MP e várias testemunhas, como afirmamos nas entrevistas não venha num momento de dor dizer que entende nossa aflição pois não entende. Se fosse a mãe dele nessa situação ele teria adotado os mesmos procedimentos?”, questiona.

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Publicado por
Alexandre Lima