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IBGE precisa de mais R$ 150 milhões em 2019 para realizar Censo 2020

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) busca atualmente no Congresso Nacional uma emenda de R$ 150 milhões para seu orçamento do ano que vem, valor referente aos preparativos e compra de uma parcela dos equipamentos do Censo 2020. O valor é parte dos R$ 3,4 bilhões totais necessários até 2020 para a realização do censo.

Em meados do ano, o órgão solicitou ao Ministério do Planejamento um orçamento adicional em 2019 de R$ 344 milhões para os preparativos do Censo. O Ministério do Planejamento, porém, fez uma previsão de R$ 200 milhões de gastos e sugeriu ao IBGE fazer mais com menos. Essa diferença está agora sendo buscada diretamente no Congresso.

Segundo Roberto Olinto, presidente do IBGE, a emenda teria passado por um primeiro filtro no Congresso e segue para a Comissão Mista de Orçamento. “Sem os recursos, teríamos que adiar a compra de parte dos equipamentos do Censo para 2020. Isso é possível de ser feito, mas traz um risco de cronograma. Uma concorrência pode ser contestada e atrasar”, disse o presidente do órgão.

O IBGE adotou estratégia semelhante, de buscar diretamente o Congresso Nacional, quando precisou de recursos adicionais para o Censo Agropecuário 2017. Em Brasília, o órgão tem um técnico cedido pelo Senado Federal para pleitear recursos e organizar parlamentares em torno de uma “bancada estatística”.

Segundo Olinto, características inerentes ao censo não permitem reduções significativas de orçamento da pesquisa. A maior parte dos gastos referem-se à contratação de cerca de 240 mil funcionários temporários. Além disso, o censo precisa ser realizado em um curto espaço de tempo, próximo à sua data de referência (1º de julho).

“Ensaio”

Para realizar o Censo Experimental, espécie de “ensaio geral” do Censo 2020, o IBGE escolheu o município mineiro de Poços de Caldas, de 170 mil habitantes. Cerca de 250 funcionários, incluindo próprios e temporários (a serem contratados), vão realizar a coleta experimental na cidade entre o fim de setembro e meados de novembro do ano que vem.

O Censo Experimental busca reproduzir as condições de trabalho do Censo, para testar e experimentar todas as etapas, condições e tecnologias que serão usadas em 2020 em todos os municípios do país. Desta forma, a cidade mineira foi escolhida por reunir características buscadas pelo órgão, como tamanho populacional de médio porte e possuir tanto área urbana quanto rural.

“A condição logística, com a proximidade do Rio e de São Paulo, também pesaram, além da infraestrutura de hotéis. Isso porque teremos pessoas deslocadas de vários pontos do Brasil para acompanhar o Censo Experimental”, disse Luciano Tavares Duarte, coordenador técnico do Censo Demográfico 2020.

Motivos semelhantes levaram o órgão a escolher o município de Rio Claro, no interior de São Paulo, para a realização da coleta experimental do Censo Demográfico de 2010.

Duarte explica que dois testes já foram realizados até aqui com questionário do Censo. Esses testes, contudo, não visavam reproduzir o Censo em menor escala, como vai ocorrer em Poços de Caldas. O primeiro teste ocorreu em junho, em 40 cidades. Os habitantes foram chamados — por correio, redes sociais, rádios — para preencher o questionário pela internet.

Num segundo teste, em agosto, técnicos foram a campo em 50 cidades para coletar as informações. Neste caso, não houve a possibilidade de preenchimento do questionário pela internet.

“Os testes de campo indicaram a necessidade de alguns ajustes no questionário, que está praticamente fechado. Teremos pequenas alterações nas redações de algumas perguntas. Talvez alguma nova pergunta seja inserida”, disse Duarte, acrescentando que o questionário completo do Censo, normalmente respondido por 11% dos domicílios, deverá ter duração de 25 minutos.

Para realizar o Censo Experimental no ano que vem, o IBGE deverá lançar um edital para contratação de 170 recenseadores e de 30 supervisores. Esses recenseadores e supervisores serão treinados para o realização do Censo experimental. Eles não serão reaproveitados, contudo, para o Censo 2020, a ser realizado no ano seguinte, a menos que passem em novo concurso.

“O próprio município de Poços de Caldas será novamente recenseado quando ocorrer o Censo 2020. Isso porque é um Censo Experimental, pode ter ajustes. O resultado do teste em Poços de Caldas sequer é divulgado. Até porque a diferença é de quase um ano entre o ensaio geral e o Censo 2020, o que pode provocar mudança no tamanho da população”, disse Duarte.

Das novidades do Censo 2020 está a identificação das comunidades quilombolas. Os moradores dessas comunidades já eram contados para fins do cálculo da população do país, mas o órgão não os caracterizava como moradores de quilombos. Isso agora será possível porque houve avanços nas regulamentações de terras de povos tradicionais no país nos últimos anos.

Internet 

Apesar de 65% da população brasileira ter acesso à internet, o IBGE estima que 2,5% a 5% dos domicílios do país — algo como de 1,7 milhão a 3,5 milhões de residências — devem responder ao questionário do Censo Demográfico 2020 pela rede mundial de computadores.

Essa expectativa de baixa adesão tem origem nos testes feitos pelo IBGE em 40 cidades em meados do ano, quando foram enviadas 9 mil correspondências solicitando moradores a preencherem o questionário online.

“Nos testes, apenas 2,5% da amostra responderam pela internet. Creio que esse resultado depende um pouco da estratégia. Quando enviamos o pedido pelos correios, a adesão é menor. Por isso, acreditamos que teremos uma adesão de 2,5% e 5% no Censo 2020”, disse Luciano Tavares Duarte, coordenador técnico do Censo.

Segundo ele, como a adesão foi pequena, o órgão vai manter a mesma estratégia usada em 2010, quando 0,07% das pessoas (40 mil questionários) foram respondidos online. Como naquele ano, o recenseador vai necessariamente ao domicílio coletar as informações. O morador pode, voluntariamente, se propor a responder pela internet.

“Se o morador der essa possibilidade, o recenseador faz o cadastro do e-mail do informante daquela residência. Esse informante vai receber um e-mail com um código código, que vai ser usado para responder o questionário. Isso vai exigir um atendimento de call center do IBGE para tirar dúvidas da população”, disse Duarte.

Essa expectativa de pouca adesão pela internet ocorre apesar de os meios digitais serem uma das armas do IBGE para a divulgação do Censo 2020 como as redes sociais e mesmo o WhatsApp. No Censo 2010, o aplicativo de troca de mensagens já existia (foi criado em 2009), mas ainda era pouco utilizado no país.

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Ampliação do número de carteiras assinadas é sustentada, diz IBGE

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O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do Brasil cresceu 2,6%, com a inclusão de 1 milhão de trabalhadores, no trimestre encerrado em novembro, número recorde, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE.

Com o resultado, que não inclui trabalhadores domésticos, são 39,4 milhões de empregados nesta condição. Desse total, 13,1 milhões são do setor público, também um número recorde, com avanço de 1,9% ou mais 250 mil pessoas no trimestre e de 3,8% no ano com mais 484 mil pessoas.

Notícias relacionadas:

Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, apesar de especificamente não ter sido uma variação estatisticamente significativa, a trajetória por si só, garantiu chegar ao fim deste trimestre com o contingente de 39,4 milhões de pessoas, o que representa um número recorde para a série carteira assinada no setor privado.

“Embora não significativa, sempre vem acrescentando carteira no cômputo geral, ou seja, é um movimento que foi sustentado ao longo de 2024 e agora para 2025”, comentou entrevista virtual à imprensa para apresentação dos dados da Pnad Contínua.

No mesmo trimestre, o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também mostrou estabilidade no trimestre e atingiu 13,6 milhões. O total representa recuo de 3,4% ou menos 486 mil pessoas no ano.

Já os trabalhadores por conta própria alcançaram 26 milhões, o que é novo recorde da série histórica. Se comparado ao trimestre anterior, embora tenha ficado estável, o contingente aumentou 2,9% ou mais 734 mil pessoas no ano.

“O trabalho por conta própria chega à marca inédita de 26 milhões, a maior estimativa da série histórica da pesquisa. A despeito da variação trimestral não ter ocorrido e ter ficado no campo da estabilidade, a expansão continuada assegurou o atingimento desse volume de trabalhadores por conta própria”, disse.

Informalidade

O recorde no número de trabalhadores com carteira assinada no trimestre encerrado em novembro foi motivo para a variação negativa da taxa de proporção de trabalhadores informais na população ocupada.

O número de pessoas nesta situação ficou em 37,7% da população ocupada ou 38,8 milhões de trabalhadores informais. No período anterior terminado em agosto tinha ficado em 38,0 % ou 38,9 milhões. É também menor que os 38,8 % ou 39,5 milhões, registrados no trimestre encerrado em novembro de 2024.

A coordenadora ressaltou, o que classificou de quadro interessante, ao verificar o quanto a população ocupada total cresceu e quanto dessa parcela da população está na informalidade. “O ramo informal não apenas não cresceu como retraiu. Isso faz um movimento de perda de força do ramo informal, pontuou.

Adriana Beringuy destacou que parte expressiva dos 601 mil trabalhadores que entraram para a população ocupada no trimestre foi justamente no segmento da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que cresceu 2,6%, ou 492 mil pessoas ocupadas a mais. Neste segmento, ainda que tenha contratos temporários, o da educação não é considerado informal e tem legalidade constituída e assegurada, explicou a coordenadora.

Ela disse também que os segmentos informais são compostos por emprego sem carteira no setor privado, trabalho doméstico sem carteira assinada, conta própria e empregador sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar. “Quando a gente soma todas essas parcelas populacionais, chega ao valor de 38 milhões 817 mil pessoas consideradas ocupadas e formais, antes eram 38.878, ficou praticamente estável”.

No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desocupação ficou em 5,2% da força de trabalho do país, ou 5,6 milhões de pessoas em busca de trabalho, sendo a menor desde 2012, quando começou a série histórica da Pnad Contínua. Desde o trimestre encerrado em junho de 2025, que o indicador vem mostrando, sucessivamente, menores taxas da série.

Rendimentos

Outro recorde no trimestre terminado em novembro, foi no rendimento médio real habitual da população ocupada do Brasil que atingiu R$ 3.574, com alta de 1,8% no trimestre e de 4,5% em relação ao mesmo trimestre móvel de 2024, já descontados os efeitos da inflação.

O avanço de 5,4% no rendimento médio dos trabalhadores em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas puxou este recorde. Conforme a Pnad Contínua, se comparado anualmente, houve ganhos em cinco atividades: Agricultura e pecuária (7,3%), Construção (6,7%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras (6,3%), Administração pública (4,2%) e Serviços domésticos (5,5%).

Com o desempenho do rendimento médio e do número de trabalhadores, a massa de rendimento real habitual também atingiu novo recorde. “R$ 363,7 bilhões, com altas de 2,5% (mais R$ 9,0 bilhões) no trimestre e de 5,8% (mais R$ 19,9 bilhões) no ano”, informou o IBGE.

Pesquisa

De acordo com o IBGE, a Pnad Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil e abrange 211 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios e visitados a cada trimestre. “Cerca de dois mil entrevistadores trabalham nesta pesquisa, integrados às mais de 500 agências do IBGE em todo o país”.

Fonte: Conteúdo republicado de AGENCIA BRASIL - NOTÍCIAS

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Idoso de 61 anos é resgatado de dentro de caminhonete trancada sob calor intenso e passando mal em Rio Branco

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Homem que se apresentou como tutor foi preso em flagrante por suspeita de abandono de incapaz. Bombeiros arrombaram vidro para salvar vítima, que estava com pressão alta

Um homem que se apresentou como tutor do idoso e dono do veículo foi preso em flagrante pela Polícia Militar, sob suspeita de abandono de incapaz. Foto: captada 

Um idoso de 61 anos foi resgatado por bombeiros de dentro de uma caminhonete trancada na Rua Isaura Parente, em Rio Branco, na tarde de segunda-feira (29). O homem havia ficado mais de uma hora no veículo sob calor intenso até que pedestres perceberam que ele passava mal e acionaram a polícia.

O major Ocimar Farias, do Corpo de Bombeiros, explicou que, após tentativas frustradas da RBTrans e de um chaveiro, a equipe arrombou o vidro traseiro para retirar a vítima, que estava com pressão alta e debilitada. Um homem que se apresentou como tutor do idoso e dono do veículo foi preso em flagrante pela Polícia Militar, sob suspeita de abandono de incapaz.

O idoso recebeu os primeiros socorros no local e foi encaminhado para atendimento médico. A PM confirmou indícios de abandono, uma vez que ele permaneceu trancado sem os cuidados necessários.

O major Ocimar Farias explicou que os bombeiros quebraram o vidro de uma das janelas para ter acesso ao idoso.

“Ele faz uso de remédios e estava com o carro trancado no calor. Quando chegamos ao local já tinha uma equipe da RBTrans tentando abrir, mas não conseguiu. Nossa única alternativa foi fazer o arrombamento do vidro traseiro”, reforçou.

O bombeiro confirmou que o idoso estava com a pressão alta e debilitado. Ele recebeu os primeiros socorros ainda no local. A PM-AC confirmou que ‘foi constatado que o idoso se encontrava em situação de vulnerabilidade, havendo indícios de abandono de incapaz, uma vez que permaneceu trancado no veículo sem os cuidados necessários’.

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Moradores de Manoel Urbano enfrentam ruas intransitáveis e lama em pleno fim de ano

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Reportagem flagrou acesso apenas por tábuas improvisadas e quadriciclos na Baixada do Porto Atual. População cobra ações da prefeitura para infraestrutura local

A situação atinge de forma mais severa idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida, que precisam procurar os pontos menos alagados para conseguir se deslocar, muitas vezes correndo riscos. Foto: captada 

Na Baixada do Porto Atual, em Manoel Urbano, ruas completamente tomadas pela lama dificultam o tráfego de pedestres e veículos em pleno período de festas de fim de ano. A situação, flagrada pela reportagem do jornalista Gilmar Mendes Lima nesta terça-feira (30), revela problemas crônicos de infraestrutura que seguem sem solução, afetando principalmente idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.

Moradores relataram que a única forma de acesso em vários trechos é por tábuas improvisadas sobre a lama ou por quadriciclos — os únicos veículos capazes de trafegar no local. Eles afirmam que a área está entre as mais negligenciadas pela Prefeitura de Manoel Urbano, sem serviços regulares de recuperação das vias ou drenagem, situação que piora com as chuvas.

A população cobra ações emergenciais para garantir condições mínimas de acesso e evitar que o abandono persista, impactando a rotina e a segurança das famílias que residem na localidade.

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