O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, na sexta-feira (7), a Operação Caixa-Forte 2, voltada a combater o financiamento de atividades agropecuárias em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. A ação tem como foco atingir o elo financeiro por trás da destruição ambiental, coibindo o estímulo econômico a crimes ambientais e à concorrência desleal no setor rural.
Equipes do Ibama realizaram fiscalizações em bancos e propriedades rurais de 36 municípios nos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. A partir da análise de dados de crédito rural, embargos ambientais, registros fundiários e imagens de satélite, foram lavrados 19 autos de infração, resultando em R$ 11,2 milhões em multas aplicadas a duas instituições financeiras e seis fazendeiros.
Durante as investigações, o Ibama identificou indícios de irregularidades em 98 operações de crédito rural, realizadas por 40 agências de quatro bancos, que beneficiaram 50 fazendas. No total, R$ 25 milhões em créditos foram concedidos de forma irregular — sendo 83% destinados à pecuária e 17% à agricultura — em desacordo com o Manual de Crédito Rural, que proíbe empréstimos para áreas embargadas por desmatamento ilegal.
Os casos foram encaminhados ao Banco Central do Brasil, que deverá apurar a conduta das instituições financeiras e adotar medidas de cobrança antecipada dos empréstimos. As informações também poderão servir de base para investigações criminais sobre as irregularidades detectadas.