Hospital de Brasileia é inaugurado sem rede de drenagem da chuva e pode ser interditado

Foto divulgada em rede social mostra a nova fachada – Imagem: reprodução

Como pode uma obra ser inaugurada sem que a rede de drenagem de águas de chuva esteja concluída e ainda mais se esta obra é um hospital e está localizado em uma região com altos níveis de precipitação? Essa é a pergunta sem resposta para o governo do Estado do Acre, o qual está inaugurando nesta sexta-feira (31) o Hospital Regional de Brasileia.

Além da grave falta da rede coletora de águas pluviais, que vai deixar o local encharcado e insalubre tão logo comecem as primeiras chuvas, o hospital está sendo entregue sem ter a totalidade das obras concluídas, mas com apenas uma parte vai ser utilizada para o atendimento à região do Alto Acre.

Obra vai demorar seis meses

Conforme consta no Contrato Nº 759/2018 (PAD Nº 0001691-8/2018; ADA Nº 19-18-0060592), o governo do Estado contratou uma empresa de engenharia para a execução dos serviços construção da rede de lançamento da drenagem pluvial do hospital.

A obra vai custar R$ 455.537,86 e, para piorar as coisas, as despesas correrão por conta do Orçamento Geral do Estado. O serviço deverá ser entregue em seis meses contados a partir da assinatura (14 de agosto), mas são admitidas prorrogações no prazo.

Criatório de mosquitos?

Ocorre que a região tem um elevado índice pluviométrico e, sem ter para onde escorrer, a água da chuva vai empoçar nas proximidades. Isso vai ter como consequência um ambiente insalubre, úmido e com a possibilidade de mau cheiro, dificultando inclusive o deslocamento pelo terreno.

Além disso, o ambiente encharcado vai propiciar o aparecimento de fungos e favorecer a proliferação de mosquitos, sendo estes transmissores de muitas doenças, notadamente dengue e malária.

Hospital pode ser interditado

Por conta disso, a entrega da unidade hospitalar pela metade e sequer com a rede de drenagem iniciada pode comprometer a saúde das pessoas que procurarem o hospital, pois põem estar sendo expostas a riscos desnecessários somente pelo fato do governador querer inaugurar açodadamente.

Outro ponto que chama a atenção é o fato do governador ser médico infectologista, o qual deve estar atento a estas questões de ambiente insalubre e aos possíveis contaminantes ambientais. Por conta dos riscos, a obra pode até ser embargada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).

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Publicado por
folha do acre