Hanseníase: cresce número de casos no Acre

 

O Mohan, o movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase, faz um alerta sobre a expansão da doença no Acre no último ano. O agravante e o termômetro do crescimento dessa doença endêmica é que crianças e adolescentes estão com casos graves da doença. Isso mostra dois sinais: o aumento da transmissão e as pessoas que deixaram de buscar atendimento.

O Mohan está divulgando fotos das mãos e dos pés de um jovem de 16 anos acometido da hanseníase. Os dedos começaram a atrofiar. A família do adolescente demorou a buscar ajuda médica. Quando tratada, a hanseníase tem cura, mas dependendo do estágio da doença o paciente começa a perder parte dos membros.

Mas esse não é o único caso entre os adolescentes. O Moham identificou outro adolescente de 14 anos em Tarauacá que começou a apresentar as sequelas, e, o mais grave: uma criança de 7 anos também está com a doença. “Quando os casos crescem entre crianças e adolescentes é porque houve um aumento da transmissão”, alertou Elson Dias, coordenador do Mohan-Acre.

A transmissão se dá por gotículas de saliva ou secreção de nariz, mas é necessária convivência próxima e duradoura. Quando um membro da família é acometido da doença e não começa o tratamento, que dura seis meses, começa a transmitir para os outros familiares.

O Mohan denuncia que desde o início da pandemia a Coordenação de Hanseníase, ligada a Secretaria estadual de saúde, não faz o acompanhamento dos pacientes. Esse ano já foram registrados 41 casos, mas todos são de pessoas que espontaneamente procuraram o tratamento. No ano passado foram registrados 86 casos.

Outro falha, segundo Elson Dias, é que os municípios não fazem esses atendimentos, o paciente precisa procurar a fundação hospitalar em Rio Branco. “Por causa das dificuldades muitos desistem, e aí vem o agravamento da doença e a transmissão para familiares e pessoas próximas”, destacou.

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Publicado por
Marcus José