Por Iryá Rodrigues
A informação da unidade é que ele fraturou a segunda vértebra lombar e está na sala de emergência traumática e seu estado de saúde é estável. O imigrante passou por exames e está sendo avaliado por neurologista.
Ele foi transferido para a capital acreana nessa segunda-feira (26) devido à gravidade dos ferimentos. O homem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros no sábado (24), quando foi avistado por moradores da região.
Segundo o secretário de Assistência Social de Assis Brasil, Quedinei Correia, o imigrante relatou que chegou à cidade do interior do Acre no último dia 10 de julho com três companheiros para passar para o lado peruano e seguir viagem até o Chile. E, assim como tantos outros imigrantes, eles tentaram fazer o percurso por rotas alternativas por meio de coiotes, já que a ponte está fechada pelo Peru.
Já na cidade peruana de Iñapari, ele se desencontrou dos companheiros e acabou perdendo o táxi. “Disse que foi várias vezes enganado por outras pessoas, por outros coiotes, e depois foi levado até a polícia peruana, que teria colocado ele em cárcere”, informou o secretário.
À reportagem voltou a entrar em contato com o Consulado Geral do Peru em Rio Branco para saber se está acompanhando a situação, mas foi informado que eles não têm informações sobre o caso.
O imigrante relatou ainda que na noite do dia 14 de julho, os policias o teriam levado até a ponte e após muita pressão, ele pulou e caiu em uma área de mata.
“Na queda, ele ficou muito machucado e até agora está sem os movimentos das pernas, então, por isso teve dificuldade de se locomover pela mata. Ele foi se arrastando e conseguiu chegar até a praia e no sábado, dia 24, foi avistado por moradores que chamaram os bombeiros que estavam fazendo um treinamento nas proximidades e fizeram o resgate. Foi levado ao hospital, recebeu o atendimento necessário, mas precisou ser encaminhado para Rio Branco devido aos ferimentos graves”, disse Correia.
A vice-coordenadora da Pastoral do Migrante das Cáritas Diocesana, Aurinete Brasil, informou que teve conhecimento do caso e que vai acompanhar a situação.
A missionária católica Joaninha Honório, do grupo Cidadania e Mobilidade Humana, uma rede que trabalha no enfrentamento ao tráfico de pessoas com migrantes, disse que também está acompanhando o caso.