De Posse de um relatório de vários volumes entregue em seu gabinete pelo Departamento de Patrimônio do Estado, o governador Gladson Cameli convocou o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar Santos, a instaurar inquérito policial para descobrir o paradeiro de pelo menos 237 veículos do Governo, de várias marcas e modelos, que simplesmente desapareceram da estrutura estadual
O governador disse à reportagem na tarde desta sexta-feira (4) que, há quatro meses, ao perceber o desaparecimento dos bens, determinou que o serviço de patrimônio estadual elaborasse o relatório detalhando o tipo e a quantidade dos automóveis desaparecidos. O relatório ficou pronto esta semana.
“Para minha surpresa, o funcionário concluiu o relatório informando que o total de bens desaparecidos é bem maior do que aquilo que eu inicialmente senti falta”, disse o governador ao mostrar as fotografias do volume do relatório, elaborado pelo chefe do serviço de patrimônio estadual Júlio Cesar Silva. O servidor informou que, além dos veículos, há ainda carcaça de maquinas pesadas que estão sendo recolhidas em todo o Estado para serem avaliadas e a partir daí o governador possa enviar uma lei para a Assembleia Legislativa pedindo a alienação, tombamento ou leilão dos bens que ainda podem ter utilidades.
Mas a preocupação maior é com os veículos que simplesmente desapareceram. O relatório não informa em quais os governos os veículos sumiram, mas atesta que o sumiço ocorreu pelo menos nos últimos 20 anos – coincidência ou não, no mesmo período dos governos da Frente Popular (oito anos de Jorge Viana, quatro de Binho Marques e mais oito de Tião Viana). “Eu não quero um caça as bruxas, mas quero saber onde está e o que aconteceu com este patrimônio, porque isso e dinheiro público jogado fora e a população tem o direito de saber o que aconteceu com os recursos de seus impostos”, disse o governador Gladson Cameli.
O coronel Paulo Cezar Santos, o secretário de Segurança Pública e o homem que tem o dever de localizar os automóveis ou o que restou deles, disse que já começou a trabalhar no caso. As investigações sobre o caso já começaram e estão sendo executadas por uma delegacia de polícia anticorrupção recentemente criada. “A gente sabe que todo patrimônio público recebe um número e uma identificação e tem um responsável por sua utilização. Nós vamos identificar a última pessoa que estava com aquele bem sob sua responsabilidade e ela vai ter que nos dizer que descaminho deu a o bem público, se pegou fogo, se roubaram, se se acidentou, etc…”, disse o coronel Paulo Cézar. “Quem tiver responsabilidade em relação a isso vai ser punido”, disse.