Governo prevê déficit de R$ 202,2 bilhões nas contas do INSS em 2018

Informação foi divulgada nesta sexta, durante apresentação da revisão da meta fiscal do ano que vem. Para 2017, resultado negativo da Previdência está previsto em R$ 188,8 bilhões.

G1

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou nesta sexta-feira (7) que o governo prevê que em 2018 o déficit (despesas maiores que as receitas) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegará a R$ 202,2 bilhões.

A informação foi divulgada durante apresentação, no Palácio do Planalto, da revisão da meta fiscal do ano que vem.

No ano passado, o déficit nas contas da Previdência Social ficou em R$ 149,7 bilhões (o equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto – PIB) e a estimativa do governo é que, em 2017, o rombo fique em R$ 188,8 bilhões.

Segundo os dados do Tesouro Nacional, nos últimos dez anos (2007-2016), o déficit previdenciário triplicou.

Reforma da Previdência

Em 2016, o governo enviou ao Congresso Nacional a proposta de reforma da Previdência.

O projeto está em análise na Câmara dos Deputados e estabelece, por exemplo, idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar; mínimo de 25 anos de contribuição para o INSS; e contribuição de 49 anos para o cidadão ter direito à aposentadoria integral.

Nesta quinta (6), o presidente Michel Temer divulgou um vídeo nas redes sociais no qual defendeu as mudanças no sistema previdenciário e afirmou que os críticos da reforma desconhecem a realidade.

Além disso, Temer disse ser “urgentíssimo” aprovar a reforma porque o “rombo” nas contas do INSS aumentam a cada ano.

“Você sabe que há críticos da reforma, seja por discordância política ou por desconhecimento da realidade. Mas é necessário e urgentíssimo reformar nosso sistema previdenciário. O rombo das contas aumenta a cada ano. Nós todos tivemos a coragem de enfrentar esse problema. Não é um desejo só meu nem dos deputados e senadores. É uma obrigação de todos”, declarou o presidente na gravação.

Idade mínima para mulheres

Durante a entrevista desta sexta, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que, até o momento, não foi incorporada ao texto da reforma da Previdência nenhuma proposta de mudança relacionada à idade mínima para a aposentadoria de mulheres.

Segundo Meirelles, a idade mínima está mantida em 65 anos, conforme o projeto original.

Em seguida, o ministro acrescentou que, no texto enviado ao Congresso, está previsto que as mulheres com 45 anos ou mais entrarão na regra de transição.

“Agora, o Congresso Nacional é soberano. Temos de deixar isso muito claro. O que mostramos são os padrões internacionais, os números da Previdência”, completou.

Mudanças do relator

Nesta quinta (6), o relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), anunciou, após se reunir com Temer, que fará mudanças em cinco pontos propostos pelo governo:

  • regras para trabalhadores rurais;
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • pensões;
  • aposentadorias de professores e policiais;
  • regras de transição para o novo regime previdenciário.

Ao comentar a decisão do relator, o presidente afirmou que essas mudanças não podem ser consideradas “recuo” do governo, porque, segundo o presidente, o governo decidiu “prestar obediência” às sugestões apresentadas pelo Congresso Nacional.

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Publicado por
Alexandre Lima