Uma megaoperação contra esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais do PCC (Primeiro Comando da Capital) gerou tensão entre os governos federal e de São Paulo nesta quinta-feira (28). A ação, que envolveu a Receita Federal e outros órgãos de segurança, revelou o uso de fintechs do mercado financeiro por organizações criminosas. A apuração é de Débora Bergamasco no CNN 360°.
A disputa por protagonismo teve início quando o Ministério da Justiça e a Polícia Federal marcaram uma entrevista coletiva no mesmo horário da coletiva agendada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) e pela Secretaria de Segurança Pública paulista. Auxiliares do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), interpretaram a coincidência de horários como uma tentativa de desviar a atenção do trabalho realizado pelo governo estadual.
Fontes ligadas ao governo paulista afirmam que a operação realizada em São Paulo seria mais abrangente e aprofundada, tendo como base o trabalho de inteligência do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e da Secretaria de Segurança Pública. Segundo elas, estas investigações teriam inclusive subsidiado as apurações da Polícia Federal.
O Ministério da Justiça, por sua vez, afirmou que a coincidência de horários das coletivas foi casual, tendo enviado os convites logo às 7h da manhã. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explicou que as operações precisavam ocorrer no mesmo dia de forma coordenada, pois diversos alvos eram comuns às investigações.
Para integrantes do governo paulista, o episódio reflete uma antecipação da disputa eleitoral de 2026, considerando que a segurança pública é apontada como um dos pontos sensíveis da atual gestão federal. A operação conjunta resultou em diversas apreensões e expôs esquemas sofisticados de crimes financeiros ligados à organização criminosa.