Governo do Acre não paga e 7º BEC paralisa obras em ramais em Epitaciolândia e Brasiléia

“É muito atoleiro, pontes caindo. E não vemos ninguém se manifestar para fazer alguma coisa por nós”

O 7º Batalhão de Engenharia e Construção (7º BEC) abandonou a recuperação de ramais em Epitaciolândia e Brasiléia. O motivo foi o não pagamento das medições referentes ao mês de setembro, tornando, segundo o comando da instituição, inviável a continuação dos serviços. Dos 150 quilômetros do convênio, firmados entre o Exercito Brasileiro e o Governo do Acre, apenas 40 foram executados.

O convênio foi assinado no dia 16 de setembro e iria beneficiar os produtores que consolidam as cadeias produtivas da região, notadamente a produção de frangos, suínos e peixe. “Isso é um absurdo. Os ramais do Vale do Juruá estão na mesma situação, ou seja, sem condições de escoamento da produção”, repercutiu, na Assembleia Legislativa, o deputado Luiz Gonzaga (PSDB).

Beneficiados parcialmente, os moradores dos ramais Mato Grosso e Piçareira estão revoltado com a saída das máquinas. “O agricultor é quem produz todo o alimento e estamos abandonados pelo poder público. É muito atoleiro, pontes caindo. E não vemos ninguém se manifestar para fazer alguma coisa por nós. Não temos como escoar a produção”, reclama a agricultor Francisco de Oliveira Menezes.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul, João ‘Todo Feio’, disse que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não gastou os 11 milhões destinados anualmente para a recuperação de ramais em todo Estado. “Com o inverno se aproximado e sem ramais recuperados, vamos ter o pior momento da agricultura acreana”, prevê o sindicalista.

A reportagem falou com a assessoria de imprensa do Deracre. Os jornalistas responsáveis ficaram de dar a versão do governo, mas, por dois dias consecutivos, não obtivemos resposta.

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Publicado por
Alexandre Lima