“Eram R$ 60 mil de cada secretário para ser usado na campanha”, atesta citada em esquema de corrupção
GINA MENEZES, DA CONTILNET
Uma conversa grampeada pela Polícia Civil e anexada como prova na investigação da Operação Lares mostra uma das operadoras do esquema, a ex-servidora Cleuda Maia, afirmando que o governador Tião Viana (PT) teria estipulado uma cota de R$ 60 mil que deveriam ser entregues por cada secretário de estado como uma espécie de colaboração para a campanha eleitoral de 2014.
De acordo com ela, Rustênio Costa, ex-secretário de Habitação, teria ido pessoalmente à casa de uma pessoa (não nominada na conversa) buscar a quantia de R$ 60 mil que seriam para reeleger o governador.
“Eram R$ 60 mil de cada secretário para ser usado na campanha”, atesta Cleuda.
Cleuda mantinha fortes ligações petistas e era muito bem relacionada com altas figuras da Frente Popular. Ela é irmã do ex-deputado estadual Geraldo Pereira (PT) e cunhada do deputado federal Raimundo Angelim (PT).
A ex-servidora é a segunda investigada na Operação Lares que cita que parte do dinheiro oriundo da venda ilegal de casas populares em conjuntos habitacionais do governo seria destinada à campanha de reeleição de Tião Viana. Rossandra Melo também fez declaração similar.
A reportagem da ContilNet entrou em contato com o presidente regional do PT, Ermício Sena, para falar sobre possível caixa dois na campanha de reeleição de Tião Viana. Ele classificou a denúncia como uma “tremenda mentira”.
“Isso é surreal. Aliás, Gina, é fácil saber o que existiu de recursos no comitê financeiro do governador. Tá registrado no TRE e aprovada a prestação de contas. Quem faz esse tipo de denúncia, além de ser irresponsável, não sabe ou se faz que não sabe que será acionado na Justiça”, disse.
A secretária de Comunicação, Andrea Zílio, afirmou que a denúncia não procedE.