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A eleição do professor Jerry Correia Marinho (PT) para a prefeitura do pequeno município acreano de Assis Brasil, na fronteira com o Peru e a Bolívia, a 342 quilômetros de Rio Branco, pode ser considerada como uma das mais emblemáticas do estado pela maneira como foi desenhada a trajetória do jovem candidato até a vitória nas urnas, no último dia 15 de novembro.
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Com um partido ainda bastante desgastado estadual e nacionalmente, sem alianças políticas (o PT disputou a eleição de maneira isolada) e sem a adesão de empresários, a campanha de Correia cresceu e superou dois grupos políticos poderosos, um comandado pelo vice-governador Wherles Rocha (Zum) e outro pelo senador Sérgio Petecão (Zé do Posto).
Haviam ainda na disputa pela prefeitura de Assis Brasil, os candidatos João Júnior (MDB), contando com a estrutura da bancada que o partido possui e o apoio de nomes de peso como o do senador Marcio Bittar e dos deputados federais Flaviano Melo e Jéssica Sales, e Sebastian Pilique (PCdoB), um dos empresários mais ricos do município.
Com poucos recursos financeiros, tendo recebido apenas R$ 28 mil do Fundo Partidário, o petista lançou mão de um expediente que ganhou enorme popularidade durante os meses de isolamento causado pela pandemia de covid-19 para chegar até os eleitores. Foi por meio das lives, como são chamadas as transmissões ao vivo pela internet, que a campanha dele deslanchou.
Em conversa com o jornalista Raimari Cardoso, Jerry Correia disse que entre os desafios que vislumbra no mandato para o qual foi eleito com 1.583 votos está a geração de emprego e renda. Segundo ele, o município de Assis Brasil é dos campeões do desemprego no Acre, uma realidade que ele sonha transformar por meio da atração de investimentos e incentivo ao turismo.
“Queremos gerar emprego e renda, trazendo dignidade para o nosso povo. Precisamos atrair para Assis Brasil, que está na porta do Pacífico, os investidores, fortalecer o comércio local, mas buscando a vinda de indústrias e fábricas que venham empregar a nossa população. Acredito que vamos conseguir fazer história nos próximos quatro anos”, disse.
Também estão entre as prioridades da futura gestão petista em Assis Brasil a infraestrutura urbana e rural, a qualificação e a valorização dos recursos humanos da prefeitura e o resgate dos eventos culturais do município que, segundo ele, já foram os mais prestigiados da regional do Alto Acre. Para isso, ele diz que vai buscar parcerias com o governo estadual.
“O governo tem demonstrado que deseja fazer parcerias com os prefeitos que querem trabalhar, e sabemos que o povo, que nos deu essa vitória, está com muita vontade porque acreditou no nosso plano de governo e nas nossas propostas, então vamos continuar nesse ritmo, fazendo uma gestão participativa para colocar Assis Brasil no lugar de onde ela nunca deveria ter saído”, complementou.
Se a falta de alianças ou coligação não foi obstáculo para a eleição, também não o será na hora da composição da equipe de governo, uma vez que não haverá disputa por cargos entre partidos. A ausência de amarras políticas, usando-se as palavras do próprio futuro prefeito, permitirão a tranquilidade para que ele monte a melhor equipe, dentro do perfil que almeja para a nova gestão.
Aos 36 anos de idade, formado em Letras pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Wenceslau Brás e pós-graduado no Ensino de Língua Portuguesa, o novo prefeito já foi vereador, é radialista, blogueiro e poeta, possuindo, apesar da pouca idade, um histórico reconhecido de militância política, social e cultural em Assis Brasil.