Gastos de senadores com diárias de viagem crescem 165% em dois anos

Levantamento de dados do Portal Transparência do Senado mostra que o paranaense Roberto Requião foi o parlamentar que teve mais despesas em 2013

Por Joana Neitsch e Katna B aran

Os gastos com diárias de viagens nacionais e internacionais dos senadores aumentaram 165% em dois anos. A despesa do Senado com diárias de viagens dos parlamentares foi de R$ 171 mil em 2011. No ano passado, os gastos chegaram a R$ 452,9 mil. No mesmo período, a inflação foi de 18,30%, segundo o IPCA.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi o que mais gastou com diárias de viagem no ano passado, somando despesas de R$ 52.689,89. Ele também teve a segunda viagem mais cara, R$ 10 mil referentes a 12 diárias na Polônia. O país também foi o destino da viagem mais cara, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que gastou R$ 15 mil em 18 diárias.

Os principais destinos internacionais dos senadores foram Havana (Cuba) e EUA, que receberam, cada um, 11 senadores no ano passado. Montevidéu (Uruguai), onde fica a sede do Parlamento do Mercosul (Parlasul), foi visitada por sete.

Nas descrições das viagens, disponíveis no Portal Transparência do Senado, há compromissos como reuniões no Parlasul e eventos nas Nações Unidas (EUA). Mas também há eventos mais distantes da agenda política do Brasil, como uma viagem à República Tcheca para um encontro com parlamentares daquele país — evento para o qual quatro senadores brasileiros viajaram: Aloysio Nunes, Jarbas Vasconcelos, Lídice da Mata e Luiz Henrique da Silveira. Cada um recebeu R$ 9.097,92 para gastar nos nove dias do evento.

No Brasil, a Paraíba e Pernambuco foram os estados que estiveram na rota de mais parlamentares — sete no total. O principal objetivo era visitar as obras da transposição do Rio São Francisco. O Ceará, onde também há trabalhos da transposição, foi visitado por cinco senadores — mesmo número que o Pará, cujo destino foi a construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

Outras despesas

As diárias de viagens são usadas para pagar hospedagem e alimentação. Não incluem passagens aéreas, que também são pagas pelo Senado. Os parlamentares também têm direito, por mês, a cinco passagens aéreas de ida a Brasília e volta a seus estados de origem — além de uma cota para o exercício da atividade parlamentar no valor de R$ 15 mil mensais.

 

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Publicado por
Alexandre Lima