O presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano, criticou nesta quinta-feira (19) o atraso na conclusão do Anel Viário de Brasiléia e Epitaciolândia, obra iniciada em junho de 2021. Durante uma coletiva de imprensa, Adriano declarou que a situação “já passou da hora” e comparou o caso à polêmica da Ponte do Rio Madeira, que também sofreu atrasos.
A obra, inicialmente executada pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre), foi transferida para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em março deste ano. O projeto inclui a construção de uma ponte de 251,5 metros sobre o Rio Acre e o contorno rodoviário entre as duas cidades.
“Até agora, a gente não viu a conclusão do Anel Viário de Brasiléia, que é tão importante. Estamos quase na mesma confusão que tivemos com a ponte do Madeira. Tivemos que fazer caravanas e vários movimentos. Agora, com mandato, a gente vai sentar com o Ministério dos Transportes e o DNIT, e vamos convencer com a ideia de que já passou da hora de essa obra ser concluída”, declarou José Adriano, que assumirá um mandato como deputado federal em 2025.
O Anel Viário de Brasiléia e Epitaciolândia está orçado em R$ 100 milhões, de acordo com o planejamento inicial. O projeto contempla a pavimentação de 10,3 km de pista e a construção de acessos à rodovia federal que corta a região. Apesar da importância estratégica da obra, o andamento foi interrompido por questões judiciais e a necessidade de revisão do projeto executivo, segundo o superintendente do DNIT no Acre, Ricardo Araújo.
Em outubro de 2024, o DNIT abriu uma licitação de R$ 75,4 milhões para contratar uma empresa responsável por finalizar as obras. De acordo com Araújo, a previsão é que o contrato seja assinado até o final deste ano, com entrega do anel viário no verão de 2025.
“Essa obra está parada por questões judiciais. Quem estava perdendo era a população. Fomos ao governador, mostrando que era mais importante que o DNIT assumisse a responsabilidade. A ponte já está pronta e, se ficar sem uso, será um desperdício muito grande. Agora, já licitamos a continuidade das obras”, afirmou o superintendente do DNIT.
Obras paralisadas e recursos federais
Além do Anel Viário, outras obras com recursos federais também estão atrasadas no Acre, segundo José Adriano. Ele destacou que, de 2023 para 2024, o número de obras paralisadas no estado aumentou em 40%, o que, para ele, reforça a necessidade de maior fiscalização sobre os investimentos públicos.
“Tivemos, em 2024, um aumento de obras paralisadas com recursos federais. De 2023 para 2024, houve um salto de quase 40% de obras paralisadas, e elas estão no nosso radar. Sobre as nossas BRs, sabemos que estão sendo feitos serviços paliativos, e temos a informação de que R$ 600 milhões serão investidos em todas elas. Precisamos saber como esse dinheiro está sendo aproveitado”, afirmou.
O Anel Viário de Brasiléia e Epitaciolândia é considerado uma obra estratégica para o escoamento de cargas e o comércio internacional com a Bolívia e o Peru, sendo fundamental para a economia e a logística da região. Com a ponte já finalizada, o atraso na construção das pistas de acesso e do contorno rodoviário é visto como um entrave ao desenvolvimento local.
A Fieac promete atuar para que a obra seja concluída e para que o Ministério dos Transportes e o DNIT apresentem uma solução definitiva para o impasse.