Por G1 RO e Rede Amazônica
Familiares de policiais e bombeiros militares fecharam quartéis da Polícia Militar (PM) em Porto Velho, Ji-Paraná e Jaru na manhã deste sábado (12). Atos pedem o reajuste salarial da categoria. A Constituição não permite que policiais militares façam greve. Por ser inconstitucional o ato é considerado motim.
Comerciantes de Ji-Paraná estão se organizando para contratarem seguranças particulares para evitar possíveis roubos ou furtos no decorrer do dia.
Em nota, o comando-geral da Polícia Militar do Estado de Rondônia informou que os fechamentos, até o momento, não trouxeram prejuízos à segurança pública nas localidades. O Governo do Estado confirmou que equipes policiais de Ariquemes foram deslocadas para Jaru e agentes de Cacoal irão para Ji-Paraná garantir o policiamento.
Em Porto Velho o policiamento ostensivo é mantido com o reforço do Batalhão da Polícia de Choque e Forças Táticas.
Ainda segundo o governo, já está em curso uma negociação para os familiares desocuparem as entradas dos quartéis.
Está marcada para a próxima segunda-feira (14) uma reunião com representantes do governo, Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e a categoria para tentar um acordo.
Este ano, o Governo de Rondônia sancionou um projeto de lei que estabelece o reajuste salarial de 8% para os profissionais de segurança pública, incluindo policiais e bombeiros militares (confira as diferenças nos salários na tabela ao final da reportagem). No entanto, a medida está programada para entrar em vigor somente em 2022.
A justificativa do Governo para o intervalo é que atualmente a prioridade é assegurar que os esforços sejam direcionados ao combate à pandemia da Covid-19.
Na sexta-feira (11), o Comandante da Polícia Militar, coronel PM Alexandre Luís de Freitas Almeida, participou de uma reunião juntamente com o MP-RO e o Ministério Público de Contas (MPC-RO). O coronel apresentou as reivindicações da classe, assim como as propostas que foram apresentadas ao Governo do Estado com o objetivo de solucionar a situação.
Salários de militares em Rondônia
Cargo | Saldo Atual | Saldo com reajuste de 8% |
Coronel | 14.595,19 | 15.762,81 |
Tenente-Coronel | 13.224,70 | 14.282,68 |
Major | 11.559,39 | 12.484,14 |
Capitão | 9.590,50 | 10.357,74 |
Primeiro-Tenente | 7.935,40 | 8.570,23 |
Segundo-Tenente | 7.015,91 | 7.577,18 |
Aspirante-a-Oficial | 6.334,31 | 6.841,05 |
Subtenente | 6.258,42 | 6.759,09 |
Primeiro-Sargento | 5.349,14 | 5.777,07 |
Segundo-Sargento | 4.743,44 | 5.122,92 |
Terceiro-Sargento | 4.289,53 | 4.632,69 |
Cabo | 3.532,04 | 3.814,60 |
Soldado | 3.237,21 | 3.496,19 |
Confira a íntegra da nota divulgada pelo comando da Polícia Militar:
O comando-geral da Polícia Militar do Estado de Rondônia se mantém atento à questão da manifestação causada pelas esposas de policiais militares e deixa claro que o policiamento ostensivo em Porto Velho está sendo mantido de forma normal e, ainda com o reforço do Batalhão da Polícia de Choque e a Forças Táticas, visando garantir a ordem e a segurança de toda a população.
O reforço foi necessário para suprir a deficiência causada pelo movimento de mobilização das esposas de policiais militares que chegaram a acampar e fecharam alguns quartéis, impedindo a saída de viaturas.
Nesse sentido, o comando da Polícia Militar enfatiza que em Porto Velho, apenas o 5º Batalhão de Polícia Militar foi fechado pela manifestação, não havendo prejuízos consideráveis na promoção da segurança pública nas localidades até o presente momento, uma vez que na Capital o 1º BPM, o 9º BPM, o Batalhão de Polícia de Choque e as Forças Táticas, têm suprido a deficiência.
E em Jaru, o 7º BPM do Município de Ariquemes tem suprido a necessidade de policiamento na localidade. Ao final do movimento, quem agiu em desacordo com a lei, terá que se explicar perante a mesma.
Em Ji-Paraná, o policiamento desempenhado pelo 2º BPM foi reforçado com as demais organizações policiais militares da região que estão atuando para garantir a segurança, também nas demais localidades.
O comando da Polícia Militar de Rondônia reitera sua confiança no Governo do Estado, na certeza que se resolverá esse impasse no mais curto prazo, sem prejuízos para a sociedade rondoniense. Ao mesmo tempo, espera contar com a consciência de todos quanto ao respeito de garantir que a Polícia Militar possa desenvolver a missão de proteger a sociedade.