Condenado a 8 anos no semiaberto, ex-militar pode usar tornozeleira eletrônica
O julgamento do ex-sargento Erisson Nery, realizado nesta sexta-feira (22), terminou com condenação a oito anos de prisão em regime semiaberto pela morte de um adolescente de 13 anos em 2017. A sentença, no entanto, não trouxe consolo para Ângela de Jesus, mãe do jovem, nem para a família, que agora planeja buscar justiça por meio de uma ação de indenização contra o estado.
O incidente ocorreu em 2017, quando o adolescente foi morto com seis tiros após invadir a casa do então sargento Erisson Nery, supostamente para furtar. O jovem estava desarmado, e a reação do militar foi classificada pelo Ministério Público como uma execução, já que não houve chance de defesa para a vítima.
Para a família, a condenação e o regime semiaberto, que pode permitir ao réu usar tornozeleira eletrônica, não fazem jus à gravidade do crime. O advogado Alisson Reis, que atua no caso da enfermeira Jéssica, morta também por policiais em 2023, afirma que o Estado deve ser responsabilizado. “A Constituição é clara: o Estado responde pelos danos causados por seus agentes. Vamos entrar com uma ação para que a mãe e os familiares do jovem sejam indenizados. Além disso, trabalharemos para que a pena seja aumentada e cumprida em regime fechado. Quem mata, seja policial ou não, deve pagar pelo crime preso”, afirmou o advogado.
Erisson Nery já havia sido expulso da Polícia Militar em 2023, após ser acusado de tentativa de homicídio contra um estudante de medicina em Brasileia. Na ocasião, durante uma festa, o ex-sargento perdeu o controle e disparou várias vezes contra o jovem, motivado por ciúmes.
Enquanto a família do adolescente busca recorrer da decisão e abrir o processo de indenização, a sociedade também reflete sobre a conduta de agentes públicos e a segurança de jovens em situações de vulneráveis. “Quando você mata e sai pela porta da frente. Isso não é justiça”, concluiu Alisson Reis.
Com informações de Adailson Oliveira para TV Gazeta