Porto Alegre, RS – Cerca de 230 presos escaparam das celas e tomaram o controle de uma galeria da Cadeia Pública de Porto Alegre, no último dia 1º de outubro, após uma série de falhas de segurança. O episódio, protagonizado por 228 detentos ligados à facção Os Manos, só foi contido depois que a administração penitenciária aceitou negociar privilégios internos.
O tumulto começou no módulo dominado pelo grupo criminoso, logo após o recolhimento das refeições. Aproveitando a má colocação dos cadeados — que não estavam completamente selados nas trancas inferiores — e a ausência de vigilância por cerca de 45 minutos, os presos conseguiram destrancar as celas subindo pelas portinholas.
As câmeras de monitoramento da galeria não registraram o movimento, o que agravou a situação. Com as celas abertas, os detentos circularam livremente pelo setor até serem contidos no último portão de acesso.
Antes de retornarem às celas, os líderes impuseram uma série de exigências, entre elas a retomada de “facilitadores”, presos designados para intermediar as demandas da massa carcerária junto à administração.
A medida remete a uma prática antiga do extinto Presídio Central, onde os chamados “prefeitos” exerciam funções de controle e até lucravam com extorsões e cobranças de dívidas dentro das galerias.
As autoridades penitenciárias investigam as falhas que permitiram o incidente e analisam possíveis responsabilizações de agentes de segurança.
Com informações de Correio do povo