Pesquisadores do projeto Rede Pampa, parceria entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Evandro Chagas, iniciaram nesta terça-feira (25) uma nova expedição pela Amazônia, ao longo da BR-319, estrada que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). O objetivo é investigar a circulação de vírus emergentes e reemergentes em regiões afetadas pela degradação ambiental, além de reforçar ações de saúde voltadas às comunidades locais.
Até 15 de dezembro, os pesquisadores percorrerão cerca de 600 quilômetros de trecho não pavimentado da rodovia. A equipe também avalia os impactos do projeto de restauração da BR-319 na saúde humana. Segundo o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Pritesh Lalwani, obras de infraestrutura costumam estar associadas ao aumento da incidência de doenças infecciosas nas áreas próximas.
O projeto, financiado pela iniciativa Amazônia+10, realiza expedições periódicas desde 2023 para monitorar vírus e doenças em circulação. A ação inclui coleta de amostras de sangue de pessoas, animais domésticos e insetos. Nesta edição, pela primeira vez, serão coletadas também amostras de pequenos animais silvestres, como roedores e marsupiais.
Resultados preliminares já mostram a presença de enfermidades como febre oropouche, febre mayaro, leptospirose, leishmaniose, malária, hantavirose, dengue e chikungunya em diferentes pontos da Amazônia. Outro eixo do projeto ainda investiga os impactos da mineração na região de Carajás, no Pará.