Existem 12 regiões na Bolívia sem lei e presença do Estado: Veja mapa

Os justiçamentos, narcotráfico e contrabando, são os motivos por quais os moradores tomam suas regiões passando por cima da Polícia

O jornal boliviano Pagina7 publicou nesta sexta feira, dia 23, um levantamento das 12 regiões consideradas violentas e que sequer existe a presença do Estado, fazendo com que o narcotráfico, contrabando e assassinatos ocorram sem qualquer interferência.

Segundo o meio, a população tem tomado o controle de cada território, onde em alguns casos, nem a polícia tem acesso. Em outros, os ajustes de contas de contas são normais a qualquer hora do dia.

Nesta quarta-feira, dia 21, dois jovens acusados de terem roubado um veículo, foram apedrejados e queimados vivos por populares de Uncía, localizada ao Norte de Potosí. Precisamente neste município, junto com Catavi e Llallagua, onde 15 policiais existentes vivem atemorizados com ações dos moradores, pois, neste recente linchamento nada puderam fazer.

Relatam ainda que a falta do Estado, acontece a cerca de uma década. Em maio de 2010, quatro policiais foram linchados em Aylu, norte de Potosí. Até o momento, sequer identificaram os autores e muito menos houve detidos.

O diretor do regime penitenciário, destacou que a ausência do Estado gera situações como as ocorridas em Uncía. “Não é possível que exista regiões onde não tenha presença do Estado”, destacou. Já para um deputado do MAS, disse que há “uma deformação da Justiça comunitária”, e pede que os responsáveis sejam processados.

Vinicius identificado por amigos e familiares depois. Foi linchado e enforcado em praça pública.

A ausência da força policial também é registrada em regiões de Santa Cruz. Na noite da segunda-feira passada, dia 19, um brasileiro, identificado posteriormente como Vinicius Chagas Maciel (32), foi linchado e enforcado numa árvore na praça central de San Julián. Segundo foi informado que o mesmo havia chegado na cidade armado para cobrar uma dívida.

O comandante da polícia de Santa Cruz, Afonso Siles, que após esses ‘ajustes de contas’, espera que haja condições mínimas para que os efetivos regressem para as comunidades. Somente neste ano, foram ao menos 14 assassinatos, maioria na região de Santa Cruz, resultado de vinganças que tem ligação com o transporte e venda de drogas.

Na região de Chapare, é outra região que se converteu em uma espécie de feudo dos moradores. Só em 2014, foram registrados 14 linchamentos por suspeita de furto, roubo e outros delitos. Comentam que, se houve investigações, não passaram da etapa de preparação. Um ano depois, em 2015, a Polícia registrou 32 casos de linchamento e outras intenções de linchamentos.

Em Beni, nos municípios de Magdalena, Guayaramerín e Santa Ana del Yacuma, reinam os clãs do narcotráfico. A presença policial é escassa, mas, segundo os moradores, as famílias envolvidas com o tráfico têm o controle sobre quase tudo.

Challapada (Ouro), falam que há mais de uma década, é um território exclusivo dos contrabandistas de veículos. Ali, qualquer presença policial é respondida com tiros, além do registro de muitos assassinatos.

Matéria relacionada:

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima