Esta é a segunda sentença contra o ex-mandatário, de 79 anos, relacionada a esquemas de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht, atualmente chamada Novonor. Foto: captada
O ex-presidente do Peru Alejandro Toledo (2001-2006) foi condenado nesta quarta-feira (4) a 13 anos e 6 meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro em favor do grupo empresarial Odebrecht. A sentença, proferida pelo Poder Judiciário peruano, também inclui o pagamento de multa de US$ 27 milhões e a restrição de direitos políticos.
Toledo, de 77 anos, foi considerado culpado por receber suborno no valor de US$ 35 milhões da construtora brasileira em troca de favorecimento em licitações públicas durante seu governo – incluindo a concessão da rodovia Interoceânica Sul, que liga o Peru ao Brasil. O ex-presidente nega as acusações e ainda pode recorrer da decisão.
Segundo a promotoria, Toledo utilizou recursos de propina pagos pela empreiteira para a compra de imóveis de alto valor em Lima. Ao lado da esposa, o ex-presidente teria desembolsado cerca de US$ 5,1 milhões na aquisição de uma residência, um escritório em bairro nobre da capital e no pagamento de hipotecas de outras duas propriedades.
As investigações apontam que os valores foram transferidos por meio de uma empresa offshore registrada na Costa Rica, criada com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Esta não é a primeira vez que Toledo é condenado pela Justiça peruana.
Em outubro do ano passado, ele recebeu pena de 20 anos e seis meses de prisão por ter aceitado, de acordo com a acusação, até US$ 35 milhões em subornos da Odebrecht em troca de favorecer contratos de infraestrutura no país.
A condenação integra uma série de processos contra ex-presidentes peruanos envolvidos no escândalo da Odebrecht, marcando um avanço nas investigações de corrupção transnacional na América Latina. Toledo permaneceu foragido nos Estados Unidos entre 2019 e 2023, quando foi extraditado para responder ao processo no Peru.