“Eu acho que o governo não vai ser doido de pagar pra ver”, diz promotor para possível caos nos presídios com a suspensão das refeições

Dívida com empresa que fornece alimento aos presídios supera R$ 1,5 milhão. Alimentação será suspensa a partir de amanhã, sexta-feira

O promotor de Justiça do Ministério Público do Acre, Tales Fonseca Tranin, informou na manhã desta quinta-feira (14) que aguarda uma resposta do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) quanto ao fornecimento de alimentos aos presídios do Acre. Ele frisou que já foi informado pela empresa que presta o serviço ao Estado que o fornecimento encerra hoje.

“Já notifiquei. Segunda-feira a empresa me oficiou informando que por falta de pagamento eles estão cessando o fornecimento a partir de sexta-feira. Hoje, o jantar será a última refeição. Aí, eu oficiei obviamente o Iapen na própria segunda-feira, só que o Iapen até hoje não me respondeu. E a empresa também não tinha tido nenhum tipo de resposta”, disse o promotor.

Quanto às dívidas, ele frisou que são referentes a novembro e dezembro de 2018. Também há dívidas de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2019. Além disso já há dividas deste ano. São 3 meses e 15 dias de 2020 que não foram pagos ao fornecedor.

Tales Tranin revelou ainda que a dívida, apenas de setembro a dezembro de 2019, é de R$ 1 milhão 540 mil. O promotor acredita que o Iapen deve procurar a empresa ainda hoje para negociar o pagamento do montante. Tranin teme o colapso do sistema prisional, que já enfrenta a pandemia de Covid-19.

“A empresa precisa receber. Ninguém pode trabalhar de graça, tem que pagar os fornecedores. É complicado também. Eu acho que o governo não vai ser doido de pagar pra ver. A preocupação do Ministério Público é o seguinte: se com aquela falta de água já teve aquele motim, com aquelas dezenas de feridos, com uns gravemente feridos, já pensou com a falta de comida?” questiona o representante do Ministério Público.

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Noticias da Hora