Brasil

Estudo revela surpreendente número de pessoas que se relacionam com IA

Pesquisa aponta que muitas pessoas já tiveram vínculos românticos ou emocionais com inteligência artificial (IA)

Um novo levantamento da Vantage Point Counseling Services revelou que os relacionamentos entre humanos e inteligências artificiais estão longe de ser algo raro. Segundo o estudo, 28% dos adultos norte-americanos afirmaram já ter vivido algum tipo de relação romântica ou até “íntima” com uma IA.

O fenômeno reflete a maneira como os avanços tecnológicos vêm transformando não apenas o trabalho e a comunicação, mas também a forma como as pessoas buscam afeto e conexão. À medida que os chatbots se tornam mais sofisticados e empáticos, muitos usuários os consideram até melhores interlocutores do que outros seres humanos.

Além dos envolvimentos amorosos, mais da metade dos entrevistados (53%) disseram manter algum tipo de vínculo com uma IA — como amigo, confidente ou colega virtual. Entre as plataformas que mais despertam conexão emocional estão o ChatGPT, seguido por Character.ai, Alexa, Siri e Gemini.

Andriy Onufriyenko/Gettyimages
Especialistas se preocupam com a busca por aconselhamento psicológico em ferramentas de IA

O estudo também aponta diferenças geracionais. Adultos em relacionamentos estáveis mostraram maior propensão a buscar intimidade com IA, enquanto metade das pessoas com mais de 60 anos afirmou não considerar esse tipo de interação uma forma de traição. Já os mais jovens (18 a 29 anos) tendem a ver esses laços como uma violação de confiança.

“Traição não é apenas física; envolve sigilo e quebra de acordos”, explica Michael Salas, fundador da Vantage Point. “Para alguns, uma relação com IA é inofensiva. Para outros, ultrapassa limites. O essencial é discutir abertamente quais são esses limites.”

Malte Muller / Getty Images
O contato constante com conteúdos gerados por inteligência artificial tem o potencial de alterar a forma como o cérebro humanos perceber a realidade

Salas destaca ainda que a curiosidade e o apelo da novidade impulsionam o interesse por essas experiências, até mesmo entre casais satisfeitos. “Muitas vezes, não é sinal de insatisfação, mas de exploração — algo que parece seguro e sem grandes riscos.”

Apesar disso, ele faz um alerta: a intimidade digital pode gerar dependência, evitar conflitos reais e criar expectativas irreais sobre os relacionamentos humanos. “Esses padrões podem dificultar a construção de conexões saudáveis no mundo real”, encerra.

 

Fonte: Metrópoles

Comentários

Publicado por
Da Redação