Conecte-se conosco

Extra

Estudo revela que Brasiléia e Epitaciolândia estão dominados por facções criminosas como CV, B13 é PCC com presença ainda em 21 cidades do Acre

Publicado

em

Cidade de Cobija, capital do estado de Pando (Bolívia), está se tornando alvo das facções brasileiras – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

Os municípios da regional do Alto Acre como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, localizados na fronteira com a Bolívia e o Peru, tornaram-se alvos devido à proximidade com rotas de tráfico

A presença de facções criminosas tem se intensificado em toda a Amazônia Legal, afetando profundamente a segurança na região. No Acre, 21 das 22 cidades, incluindo a capital Rio Branco, registraram crescimento significativo da atuação dessas organizações a partir de 2023. Até mesmo aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas têm sido alvo de ataques das organizações no estado.

Esse fenômeno não é exclusivo do Acre, mas reflete um cenário preocupante em toda a Amazônia, com os estados da região registrando um aumento de 46% no número de municípios com presença de facções em apenas um ano, de acordo com o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quarta-feira (11/12) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Cidade de Assis Brasil, na tríplice fronteira do Acre – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

O estudo aponta que, dos 772 municípios da Amazônia Legal no Brasil, 260 têm registro da atuação de pelo menos uma facção criminosa, como o Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros grupos regionais. Em 2023, eram 178 cidades nessa situação.

Município de Epitaciolândia também faz divisa com a Bolívia – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

A interiorização do narcotráfico e a busca por cidades estratégicas – como as localizadas em zonas fronteiriças do Acre com Bolívia e Peru – estão entre os principais fatores que impulsionam esse crescimento.

Os municípios da regional do Alto Acre como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, na fronteira com a Bolívia e o Peru, e Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo, no Vale do Juruá, tornaram-se alvos devido à proximidade com rotas de tráfico, pistas de pouso clandestinas e áreas de garimpo ilegal.

Cidade de Brasiléia, localizada na fronteira com a Bolívia – Foto: Alexandre Lima/arquivo

Domínios territoriais

O estudo do Instituto Mãe Crioula (FBSP) – revela que o Comando Vermelho tem se consolidado como o grupo criminoso mais expansivo, com monopólio em 130 municípios da Amazônia, incluindo 22 cidades do Acre. O PCC, por sua vez, domina 28 municípios, enquanto outros 18 estão sob o controle de organizações regionais como Bonde dos 13.

Cidades de fronteira seguem sendo o principal foco do CV, enquanto o PCC mantém hegemonia em estados como Rondônia e Roraima. Além disso, grupos regionais, como o Bonde dos 40, no Maranhão, e os Piratas do Solimões, no Amazonas, continuam ativos, destacando-se por crimes como o roubo de cargas.

Infraestrutura ilegal e rotas do narcotráfico

A logística do crime organizado na Amazônia conta com apoio de pistas de pouso ilegais, muitas localizadas em áreas de preservação ambiental. Um levantamento do Map Biomas, de 2021, identificou 2.869 pistas de pouso na região, a maioria sem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

As cidades de fronteira na região do alto acre, como Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil são estratégicas para o narcotráfico e contrabando de armas por sua proximidade com os países produtores de cocaína – Bolívia, Colômbia e Peru – e pela conexão com portos, rodovias e rios que facilitam o transporte de drogas e outros contrabandos.

Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão as alianças entre grupos dentro do sistema prisional e o recrutamento de novos integrantes por meio de rituais de “batismo”. Foto: ilustrativa 

O FBSP considera o avanço das facções na Amazônia “alarmante” e destaca que os números podem ser subnotificados. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão as alianças entre grupos dentro do sistema prisional e o recrutamento de novos integrantes por meio de rituais de “batismo”.

O estudo ressalta que a Amazônia se tornou um ponto central no trânsito do mercado de drogas, despertando o interesse das facções em controlar redes geográficas e estabelecer parcerias com grupos estrangeiros.

A única cidade acreana sem registro significativo de facções não foi divulgada, mas a pesquisa deixa claro que o desafio para conter o avanço do crime organizado é crescente e exige ações coordenadas entre os estados e o governo federal.

Na maioria dos estados da Amazônia Legal houve um aumento na presença dessas organizações, com uma tendência crescente de dominação de apenas uma facção por estado. Além disso, foram observadas mudanças no controle de algumas cidades com grupos rivais disputando o poder, o que muitas vezes agrava as tensões locais. Desavenças, como a Tropa do Castelar no Mato Grosso, um braço dissidente do CV, também foram registradas.

Nas zonas de fronteira, 83 municípios têm presença de facções, sendo 20 municípios no Acre; 1 no Amapá; 8 municípios no Amazonas; 21 no Mato Grosso; 15 em Roraima e 18 em Rondônia.

Fonte: amazonasatual

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Extra

Suspeito de homicídio de jornalista Moisés Alencastro se entrega à Polícia Civil após se esconder em área de mata em Rio Branco

Publicado

em

Investigado foi localizado na região do Eldorado e conduzido à Delegacia de Homicídios para interrogatório e audiência de custódia

Antônio de Souza Morais, de 22 anos, principal suspeito de um homicídio ocorrido recentemente em Rio Branco, se entregou à Polícia Civil na madrugada desta quinta-feira, após intensas buscas realizadas pela equipe da Delegacia de Homicídios. O investigado estava escondido em uma área de mata na região do Eldorado, nas proximidades do bairro Quixadá.

Segundo o delegado responsável pelo caso, as diligências começaram ainda na quarta-feira, logo após a expedição do mandado de prisão, e seguiram de forma ininterrupta ao longo do dia e da noite. Durante os trabalhos, a polícia recebeu denúncias de que o suspeito estaria refugiado em uma região de mata, o que orientou as equipes até o local.

Durante a madrugada, Antônio procurou pessoas ligadas à sua família, o que permitiu à polícia chegar à localização exata. Com a aproximação dos agentes, ele decidiu se entregar sem oferecer resistência.

“Diante dessas informações, nós fomos até o local e ele acabou se entregando à equipe da Delegacia de Homicídios. Em seguida, foi conduzido até a nossa sede, onde passou por interrogatório e por todos os procedimentos legais, sendo encaminhado conforme prevê a lei, inclusive para a audiência de custódia”, explicou o delegado.

Questionado sobre a motivação do crime, o delegado informou que o suspeito relatou a dinâmica dos fatos durante o interrogatório, mas que, por estratégia investigativa, os detalhes ainda não serão divulgados. A Polícia Civil também apura a participação de outras pessoas no crime.

De acordo com a autoridade policial, a perícia realizada no local já indicava a possível presença de um segundo envolvido. “No cenário do crime, é possível perceber a dinâmica de uma terceira pessoa. Agora estamos trabalhando na identificação desse outro suspeito para dar continuidade às buscas e efetuar a prisão do coautor”, afirmou.

O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Acre.

VEJA VÍDEO

 

Comentários

Continue lendo

Extra

Corpo com mãos amarradas é encontrado boiando no Igarapé São Francisco, em Rio Branco

Publicado

em

Vítima apresentava perfuração no peito e sinais de agressão; Polícia Civil investiga homicídio

O corpo encontrado boiando na manhã desta quinta-feira (25) no Igarapé São Francisco, no bairro Conquista, em Rio Branco, foi identificado como sendo de Weligton Carlos Martins Werklaenhg, de 48 anos.

De acordo com informações repassadas por familiares, Weligton estava desaparecido desde a semana passada, quando foi visto pela última vez.

A perícia inicial realizada no local constatou que a vítima foi atingida por um golpe de faca na região do peito e apresentava indícios de agressões físicas anteriores à morte.

Ainda segundo a família, Weligton morava nas proximidades do Conjunto Manoel Julião.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura a motivação e a autoria do crime.

Comentários

Continue lendo

Extra

Polícia Civil detém suspeito pela morte do ativista cultural Moisés Alencastro em Rio Branco

Publicado

em

A Polícia Civil do Acre (PC-AC) deteve um suspeito pela morte do ativista cultural, jornalista e colunista social Moisés Alencastro (foto), assassinado a facadas em seu apartamento, em Rio Branco. Durante a ação, os investigadores localizaram objetos pessoais da vítima na residência do suspeito, que teve o nome preservado para não comprometer o andamento das investigações.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que trabalha para concluir as oitivas até a manhã desta terça-feira, quando deverá se pronunciar oficialmente sobre o caso. Por enquanto, a Polícia Civil informou que não irá se manifestar para não interferir nas apurações.

O caso está sendo conduzido pelo delegado Alcino Júnior, coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que trabalha com duas principais linhas de investigação: a primeira aponta para crime motivado por homofobia; a segunda considera a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte).

A perícia do Instituto Médico Legal (IML) realizada no apartamento da vítima e no veículo abandonado na estrada do Quixadá, encontrado com os pneus furados e o porta-malas aberto, pode ser determinante para esclarecer a dinâmica do crime. Dentro do carro, foram encontrados alguns pertences pessoais de Moisés.

Segundo o delegado, o estado em que o veículo foi localizado reforça, até o momento, a hipótese de latrocínio. “O modus operandi indica que o homicídio ocorreu primeiro e, em seguida, o autor teria se aproveitado da situação para subtrair os bens da vítima”, afirmou.

Os peritos não encontraram sinais de arrombamento no apartamento, o que indica que Moisés provavelmente conhecia o autor do crime. Vizinhos relataram à polícia que viram o carro da vítima deixando o estacionamento do condomínio por volta das 21h. O motorista, em atitude apressada, teria batido duas vezes no portão antes de fugir em rumo ignorado.

O corpo de Moisés Alencastro foi encontrado ao lado da cama, com diversas perfurações provocadas por faca, dentro do apartamento localizado no Condomínio Nehine, no bairro Morada do Sol.

A Polícia Civil recolheu material biológico e outros vestígios tanto no local do crime quanto no veículo abandonado em uma estrada vicinal na parte alta do bairro São Francisco. Exames genéticos e papiloscópicos foram realizados para auxiliar na reconstituição dos fatos e na identificação da autoria.

“Agora estamos buscando novas pistas no veículo abandonado na zona rural para esclarecer completamente o caso”, afirmou o delegado Sandro Martins.

As investigações seguem em andamento.

Comentários

Continue lendo