Estado conscientiza sobre cuidados e prevenção da prematuridade

Bebês que nascem com até 36 semanas precisam de cuidados multidisciplinares ao longo de toda a infância

Nesta quinta-feira, 17 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade e para conscientizar a população sobre os cuidados e a prevenção do problema, o tema global adotado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), é: Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento.

No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, número que equivale a pelo menos 930 nascimentos por dia, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Nesta semana, para tratar desse tema estão sendo oferecidas oficinas para os profissionais de saúde do Acre, no auditório da Maternidade Bárbara Heliodora, e o encerramento da programação será no dia 25 de novembro.

Ensaio fotográfico no Hospital Regional da Mulher e da Criança do Juruá. Foto: Emily Damasceno

De acordo com a gerente-geral do Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança (SASMC), Laura Pontes, o objetivo principal destas ações é promover o reconhecimento da prematuridade e desempenhar ações de conscientização sobre a importância de prevenir o parto prematuro, além de ressaltar os cuidados para uma gestação mais segura.

“A prematuridade é um grave problema de saúde pública, especialmente em países em desenvolvimento, por se tratar da causa mais importante de morte neonatal e a segunda causa principal de mortalidade em crianças menores de cinco anos”, explicou.

Nesta quinta-feira, 17 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade. Foto: Emily Damasceno

É considerado prematuro, ou pré-termo, todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação, sendo prematuros precoces aqueles nascidos com menos de 34 semanas e tardios entre 34 e 37 semanas. Outra forma de classificar os prematuros é de prematuro extremo (menores de 27 semanas), prematuros moderados (entre 28 e 31 s​emanas) e leves (entre 32 e 36 semanas).

Uma história de superação e de amor

Na madrugada do dia 7 de outubro de 2018, Uyama dos Anjos, uma gestante de 20 anos, foi levada ao Hospital de Sena Madureira porque a bolsa tinha rompido.  A gestação era de 24 semanas. Naquele exato momento seu único medo era de perder a filha. As dores que sentia eram contrações e chegou no hospital com cinco cm de dilatação. Os profissionais tentaram inibir o parto com medicações, mas a gestante precisou ser encaminhada para a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, onde teria o suporte médico necessário.

“Me colocaram dentro da ambulância a caminho de Rio Branco, com a esperança de chegar a tempo, mas quando chegamos no km 15 tivemos que voltar às pressas para Sena Madureira, porque a criança já estava nascendo”, conta Uyama.

Melinda dos Anjos, prematura. Foto: cedida

Melinda dos Anjos nasceu às 9 horas da manhã, prematuramente, medindo 41cm e pesando 1,100kg. Nasceu antes do tempo previsto e teve que ser levada à incubadora rapidamente. Foi transferida para Rio Branco.

“Meu coração ficou despedaçado. Assim que ela nasceu não pude ver o rostinho dela. Foi tudo muito rápido. Ela foi encaminhada às pressas para Rio Branco e eu tive que me manter no Hospital de Sena Madureira. Como doía o fato de não ter pego ela nos braços e de não ter amamentado logo que nasceu”, relata a mãe de Melinda.

Uyama salientou a sensação de ver a filha na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), cheia de aparelhos, fios, tubos, sondas, catéteres e agulhas. “Melinda passou por muitas coisas, muito mais do que um adulto deveria passar por uma vida inteira. Teve que tomar três bolsas de sangue, passar 22 dias tomando antibióticos e outros remédios, e ser furada quase todos os dias para fazer uma bateria de exames”, lamentou.

A mãe da pequena Melinda explicou que cada dia vivido foi um milagre e uma vitória. Sem visitas alegres, sem placa do nome na porta, nem lembrancinhas anunciando a chegada tão esperada. “Dizem que a maternidade é um mundo novo. Mas não imaginava que esse mundo novo envolveria uma UTI”, salientou.

Passados exatamente um mês e duas semanas, após longos dias internada na UTI, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e canguru, finalmente recebeu alta, medindo 47 cm e pesando 1.800 kg. E hoje, com 4 anos, Melinda esbanja alegria e saúde e no rosto de sua mãe se vê a  felicidade pela superação.

Maria Melinda dos Anjos, com 4 anos. Foto: Cedida

“A sensação, hoje, é de gratidão e paz. Me sinto abençoada demais por ter a Melinda, sou eternamente grata a Deus por tudo e por cada profissional de saúde que nos ajudou nos dias mais difíceis. Antes eu não entendia o porquê, mas Deus sabe todas as coisas, e vejo que tudo o que passamos juntas me fez ser uma mulher mais forte e cheia de fé. Olho para ela e tenho a certeza que Deus tem planos surpreendentes”, finalizou.

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Publicado por
Agencia 61