Embora muitos associem os animais apenas ao papel de companhia, o que poucos sabem é que eles também podem ser protagonistas em terapias de reabilitação, principalmente para pessoas com deficiência. Um exemplo disso acontece na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Rio Branco, com a equoterapia — uma terapia que utiliza cavalos para promover a reabilitação e o desenvolvimento de crianças e jovens com deficiência intelectual e/ou física.
A equoterapia combina técnicas de equitação e atividades equestres com o objetivo de reabilitar, educar e proporcionar melhorias na qualidade de vida desses pacientes. Na Apae, as sessões acontecem todas as terças e quintas-feiras, pela manhã, das 7h às 11h, no Rancho Ipanema, na Estrada de Porto Acre, e são um dos principais pontos de apoio para os usuários da instituição.
De acordo com a coordenadora da equoterapia, Leydiane Tercinari, a terapia atende atualmente 15 pessoas, incluindo alunos da Apae e membros da comunidade. A terapia é conduzida por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos, totalizando sete profissionais que acompanham de perto o desenvolvimento dos pacientes. O projeto é realizado em parceria com o Santander e a Secretaria Municipal de Assistência Social (SASDH), e tem sido um sucesso desde seu início, há dois anos.
Os benefícios da equoterapia são amplamente reconhecidos. A terapia contribui significativamente para a melhoria do tônus muscular, da postura e da mobilidade dos participantes. Além disso, ela ajuda no aumento da autoestima, confiança e socialização, aspectos que são essenciais para o desenvolvimento emocional e social das crianças e jovens atendidos. Leydiane compartilha que muitos pais relatam grandes avanços nos seus filhos, tanto fisicamente quanto emocionalmente, após iniciarem as sessões.
Durante as atividades, os alunos são conduzidos por um cavalo, que oferece estímulos sensoriais e motores fundamentais para o seu desenvolvimento. Os exercícios incluem atividades de equilíbrio, coordenação motora, fortalecimento muscular e, claro, o desenvolvimento psicológico e emocional. A interação com os animais também exerce um papel crucial, pois proporciona um vínculo afetivo que auxilia na criação de uma conexão profunda entre o paciente e o cavalo.
A equoterapia na Apae Rio Branco exemplifica como as terapias alternativas podem ser extremamente eficazes para o tratamento e desenvolvimento de crianças e jovens com necessidades especiais. “Ela não só promove a evolução física e emocional dos pacientes, como também fortalece a relação com a natureza e os animais, proporcionando uma experiência única e transformadora para todos os envolvidos”, concluiu Tercinari