Enquanto Acre segue contando mortos, governo dá aula de ineficiência, diz Fernando Lage

Por Fernando Lage

A audácia da criminalidade no Acre aumenta na mesma proporção que a inércia da Segurança Pública e a falta de controle do Executivo sobre o Estado. A falta de governo e a violência ganham proporções igualmente alarmantes. Há 19 dias a Polícia Militar do Acre não tem alguém para assumir o subcomando, o posto de polícia do bairro Tancredo Neves foi fechado por falta de policiais e, enquanto isso, a criminalidade se reinventa, atualiza-se e consegue atingir níveis ainda mais absurdos.

Na madrugada desta terça-feira (16), a agência da Caixa Econômica do Bosque, em Rio Branco, foi invadida por criminosos que com uso de explosivos tentaram destruir os caixas eletrônicos. Segundo a polícia, as bananas de dinamite não explodiram e nada foi roubado. Foi por pura sorte que os explosivos usados pelos sofisticados bandidos não explodiram. Não dessa vez, mas já deixaram claro que podem usar técnicas avançadas para espalhar horror pela cidade.

Enquanto Rio Branco segue contando seus mortos e assistindo estupefato a atualização do mundo do crime, o governo segue dando provas de ineficiência e falta de credibilidade. Até hoje nenhuma das pessoas convidadas para assumir o cargo de subcomandante da Polícia Militar, cargo deixado pelo coronel Ricardo Brandão dia 28 de dezembro de 2017, aceitou o convite.

Por hora não há quem queira assumir o cargo. A falta de credibilidade desse governo certamente está afetando o processo de nomeação ao cargo em questão, haja vista que esse terá a difícil tarefa de conduzir a hierarquia e disciplina em meio ao elevado índice de criminalidade e recente tentativa de retirada de direitos dos policiais militares, como por exemplo sexta-parte e complementação do soldo. Enquanto as autoridades procuram quem ocupe lugares chaves, a criminalidade ocupa todo espaço vazio que vê pela frente.

Não é mais uma mera discussão política, é uma questão de sobrevivência. Precisamos discutir os rumos do Acre. Criminalidade se combate com políticas públicas eficazes elaboradas por gestores comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do Estado.

Já está mais do que provado que esse modelo estatal, onde o chamado Estado Democrático Social de Direito, que só beneficia meia dúzia de privilegiados em detrimento da grande maioria, nada trouxe de positivo para o desenvolvimento econômico do Acre. Não se pode mais aceitar que o Estado atue com tanta intensidade no campo econômico. Precisamos de um estado liberal onde o Estado pouco ou nada intervenha na econômica, dando assim, liberdade para os empreendedores que são, em última instância, mola motora do desenvolvimento desse país. Precisamos de opções. Sabemos do sofrimento das famílias que convivem com o desemprego gerador de consequências devastadoras que vão desde a prostituição ao uso de drogas ilícitas.

Fernando Lage é empresário e pré-candidato ao Senado da República pelo Democratas

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Publicado por
Alexandre Lima