Em Xapuri, católicos retomam romaria de São João do Guarani

Há mais de 100 anos, o dia 24 de junho é marcado em Xapuri por uma das maiores manifestações religiosas do município. No dia de São João Batista, a comunidade católica local também celebra uma alma milagrosa conhecida como São João do Guarani, cuja fama é conhecida até mesmo em outros estados da federação.

João do Guarani foi, segundo relatos orais, um seringueiro que morreu sozinho no meio da floresta no começo do século 20, possivelmente vítima de malária. Encontrado e sepultado por vizinhos, algum tempo depois teria passado a atender pedidos feitos por moradores da região, ganhando fama de milagreiro.

Anualmente, é realizada uma romaria que leva centenas de pessoas à localidade distante cerca de 40 quilômetros de Xapuri. Geralmente é realizada uma grande festa na comunidade, com o apoio da prefeitura e da igreja católica, cuja programação reúne atividades religiosas, esportivas e culturais.

No ano passado, a pandemia impediu que o evento fosse realizado, talvez pela primeira vez desde a sua origem, o que não impediu que muitas pessoas se dirigissem à localidade, mas o momento vivido em razão do novo coronavírus fez com que, pela primeira vez em tantos anos, a grande festa não acontecesse como de costume.

A origem do culto ao “santo seringueiro” de Xapuri não é clara, mas acredita-se que as manifestações relacionadas a João do Guarani começaram a ocorrer por volta do ano de 1906, depois que um homem se perdeu nas matas daquela região ao desviar de uma cruz, seu objeto de medo, que havia avistado no varadouro.

Para encontrar o caminho de volta o homem teria recorrido a uma “promessa” e, assim, encontrado a saída, avistando novamente a cruz e atribuindo o fato à alma de João. A partir daí a tradição ganhou força com os anos e o seringueiro se tornou uma das mais conhecidas almas milagrosas do Acre.

Outro relato interessante é o de que João não residiria na colocação Guarani, como muitos pensam, mas sim em uma outra localidade, no seringal Recife, na região do Rio Iaco. O Guarani seria passagem para Xapuri e o seringueiro, que seria pernambucano, teria morrido ali, onde foi levantada a capela em sua homenagem.

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ac24 Horas