Em Xapuri, ambulância nova fica parada por não ter motoristas

 

Em setembro passado, o hospital Epaminondas Jácome, de Xapuri, recebeu da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) uma nova ambulância de transporte sanitário, veículo indicado para o suporte básico em que não haja a necessidade de intervenção clínica no local, ou seja, para fazer o transporte de pacientes com quadros em que não exista risco de morte.

No entanto, dois meses após a entrega, a viatura ainda não está transportando pacientes por falta de motoristas, segundo foi informado pela direção da unidade hospitalar. De acordo com o gerente geral, o enfermeiro Josimar dos Santos, existe uma pactuação entre o estado e os municípios para que as prefeituras disponibilizem os motoristas para a ambulância.

A pactuação a que o gestor do hospital se refere está documentada na Resolução CIB/AC Nº 44/2021, da Comissão Intergestores Bipartite. O documento diz que as prefeituras são responsáveis por contratar os condutores para as viaturas “brancas” (de suporte básico e de média complexidade), que serão cedidos ao estado, responsável pela manutenção e abastecimento dos veículos.

A respeito do assunto, no último dia 12, foi realizada uma reunião envolvendo vereadores de Xapuri, o diretor do Samu, o médico Pedro Pascoal, por meio de videoconferência, o deputado estadual Antônio Pedro, o prefeito Bira Vasconcelos, o subsecretário municipal de Saúde, Daniel Lima, e o diretor do Hospital Epaminondas Jácome, Josimar dos Santos.

Na ocasião, o prefeito Bira Vasconcelos disse estar surpreso por não ter sido avisado sobre nenhuma parceria que seria necessária para o funcionamento da ambulância e que apenas soube da chegada da viatura pelas redes sociais. É que o gestor municipal não foi avisado da entrega da ambulância, da qual participaram apenas a equipe do deputado Antônio Pedro e funcionários do hospital.

Na reunião, Vasconcelos disse que agora que está ciente do assunto, buscará o mais rápido possível, dentro da legalidade, a disponibilização de profissionais para atender à demanda e colocar à disposição da população o uso da ambulância de atenção básica que já se encontra em Xapuri desde o dia 20 de setembro, já tendo sido levada para Brasiléia durante esse período.

A reunião realizada no último dia 12 se encerrou com o compromisso firmado entre estado e município de buscarem resolver a situação o mais brevemente possível. Os vereadores estão preocupados com a situação e temem que o município possa até mesmo perder a ambulância pela falta de motoristas para operá-la.

Prejuízos à população

A falta da ambulância de suporte básico está causando prejuízos à população. Nesta última terça-feira (16), uma criança com uma grave fratura em um dos braços não foi transferida de imediato para Rio Branco porque a direção do Samu já havia regulado a transferência de uma grávida em situação que oferecia risco tanto para a mãe quanto para o bebê.

Por meio do Facebook, uma mulher chamada Gleicimara Furtado, com quem a reportagem não conseguiu manter contato, afirmou que os médicos em Xapuri disseram que o caso não era emergência e os acusou de irresponsabilidade. Ouvida, a gerência do hospital a regulação de pacientes não é feita pelos médicos, mas sim pela coordenação do Samu.

Ainda de acordo com a direção, depois de atendido na unidade local, o garoto recebeu o encaminhamento para o Pronto Socorro de Rio Branco, tendo sido levado em transporte particular próprio, sendo prontamente atendido na capital acreana pelo ortopedista “Dr. Murilo”, segundo as informações postadas por Gleicimara Furtado na rede social.

Por Leônidas Badaró

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ac24 Horas