Quatro advogados são condenados por atuar em esquema de comunicação de facção criminosa no Acre

Sentença de 8 meses e 15 dias em regime semiaberto foi pedida pelo MPAC após investigação que revelou intermediação de ordens ilícitas entre presos e líderes de facção

O caso também evidencia a complexidade das operações criminosas, que se aproveitam de brechas legais e da atuação de terceiros para manter suas atividades. Foto: assessoria 

Quatro advogados foram condenados a oito meses e 15 dias de reclusão, a serem cumpridos em regime inicial semiaberto, por envolvimento com uma organização criminosa no Acre. A condenação foi solicitada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e confirmada pela Justiça.

A investigação, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), teve início após a análise de material apreendido no celular de um homem identificado como uma das principais lideranças da facção criminosa no estado. As mensagens extraídas do dispositivo revelaram um esquema de comunicação entre membros da organização em liberdade e detentos, intermediado pelos advogados condenados.

De acordo com o MPAC, os profissionais atuavam como elo na transmissão de ordens dos líderes da facção, incluindo determinações sobre tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. Além disso, foi constatado que os advogados recebiam pagamentos provenientes de arrecadações internas da organização criminosa, configurando participação direta no esquema.

A sentença reforça o compromisso das autoridades no combate ao crime organizado e na responsabilização de profissionais que utilizam suas funções para facilitar atividades ilícitas. O caso também evidencia a complexidade das operações criminosas, que se aproveitam de brechas legais e da atuação de terceiros para manter suas atividades.

Os advogados condenados poderão recorrer da decisão, mas a condenação já é vista como um marco no enfrentamento ao crime organizado no Acre, destacando a importância da atuação integrada entre MPAC, Gaeco e FICCO para desarticular redes criminosas e garantir a aplicação da lei.

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Publicado por
Marcus José